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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Perdida #41

Acordei com uma batida na porta. Demorei em entender onde eu estava. Olhei em volta e vi Joe — com seus braços ainda me envolvendo — dormindo ao meu lado. Eu ainda estava em seu quarto.

A batida se repetiu.

— Senhor Clarke? Preciso muito de sua ajuda, senhor. Por favor, abra a porta. — a voz abafada de Gomes suplicava.

Ah! Merda!

— Estou ficando preocupado, patrão, se não abrir, eu vou arrombar! —ameaçou.

Droga! Droga! Droga!

Joe não se moveu. Dormia profundamente. Toquei seu braço, apavorada.
— Joe, acorde! — sussurrei. Ele não se moveu. — Joe acorde, por favor! — sacudi com mais vigor.

Se Gomes arrombasse a porta e nos visse juntos, não poderia mais fingir como fez quando nos flagrou aos beijos no corredor e a casa toda saberia. Seria um escândalo, bem no dia do baile especial de Elisa. Isso não podia acontecer! Sacudi Joe outra vez,com um pouco mais de força. Ele piscou os olhos algumas vezes, depois focalizou meu rosto e sorriu.

— Bom dia, senhorita. — murmurou com a voz rouca, me puxando para mais perto. Percebi que ele todo havia despertado.

Tum! Tum! Tum!

Seus olhos se arregalaram e ele rapidamente se sentou na cama.

— Estou avisando, Senhor Clarke, vou invadir este quarto se não abrir esta porta!
— Errr... Espere um minuto, respondeu aturdido.

Rapidamente Joe já estava de pé, colocando as calças apressadamente e me olhando com cara de pânico.

— O que vai fazer? — sussurrei.
—Tentar me livrar dele, — sussurrou de volta, pegando a camisa do chão. — Não se mova.

Eu concordei com a cabeça. Não dava para sair por outro lugar que não fosse pela porta. A janela era alta demais e a queda certamente deixaria alguma coisa — ou muitas — quebrada em meu corpo.
Joe foi em direção à porta, tropeçou em alguma coisa no caminho (meu All Star), recolheu habilmente todas as minhas roupas e as atirou no canto oposto ao da porta, abriu apenas o suficiente para que pudesse passar por ela e voltou a fechá-la.

Fiquei imóvel. Tentei ouvir o que diziam.

As coisas estavam ficando cada vez piores!

Gomes alertou Joe que eu havia desaparecido. Pela manhã, um dos empregados notou que a porta do meu quarto estava aberta e que eu não estava dentro dele, minha cama estava arrumada. Vários empregados estavam me procurando por toda a propriedade, mas ninguém tinha noticias minhas.

Claro que não tinham!

Joe fingiu surpresa e eu mordi o lábio para não rir de seu falso assombro. Em seguida, garantiu a Gomes que me encontraria ainda antes do almoço, apenas precisava trocar de roupas antes de sair. Sugeriu que Gomes desse uma olhada na sala de leitura, já que Elisa lhe contou que eu era fascinada por livros.

Depois de fechar a porta e esperar um momento, correu até a cama e se sentou ao meu lado.

— E agora, Joe? — me apoiei em um cotovelo e prendi o lençol branco com os braços. — Como vou sair daqui? Eu te arrumei um problemão!
— Na verdade, isso aconteceu quando a vi pela primeira vez! — brincou tocando meu queixo.
— Não tem graça! — e não tinha mesmo, era a mais pura verdade. — Como vou sair daqui sem que me vejam?

Suas sobrancelhas arquearam e um sorriso muito significativo surgiu em seus lábios.

— Então não saia nunca.
— Tô falando sério! — ralhei. — Que horas são agora?

Ele tirou o relógio do bolso preso à calça por uma corrente dourada.

 — São exatamente dez e meia.
— Dez e meia? — levei as mãos a testa. A casa inteira estava acordada há horas!

Por que não escapei durante a madrugada enquanto todo mundo ainda dormia? Por que permiti que Joe me abraçasse daquele jeito — me prometendo que não dormiria — ao invés de voltar para o meu quarto? Era óbvio que acabaríamos desmaiando de exaustão, depois de fazermos amor durante quase a noite toda.

Sentei-me na cama, prendendo o lençol mais firme, e suspirei frustrada. Nenhuma ideia mirabolante apareceu para me livrar da enrascada.

Percebi que Joe me encarava.

— O que foi? — passei a mão pelos cabelos pra ter certeza de que não estava a cara da Medusa.
— Você está linda! — sua voz suave, os olhos intensos, — Apenas quero me lembrar deste momento. — ele tocou meu cabelo e, delicadamente, colocou uma das minhas ondas atrás da orelha. Entendi o que ele quis dizer. Queria se lembrar daquele momento quando eu já não estivesse ali. E imediatamente me lembrei do motivo que me levou até seu quarto na noite passada.
— Caramba, Joe! Acabei não te contando o que eu vim te contar! — eu disse meio enrolada.

Ele riu. 
— Eu também tenho um assunto de máxima importância que preciso discutir  com você, senhorita, mas teremos que adiar ou, caso contrário, seremos obrigados a nos  explicarmos aos criados e a Elisa. Aposto que se eu não sair daqui logo, Gomes voltará  e, desta vez, entrará no quarto a força como prometeu! 
Franzi a testa. 

— Promete que vamos conversar ainda hoje? É importante! 
— Prometo. — afirmou solene. 

Concordei com a cabeça. Joguei o lençol para o lado e me levantei na intenção  de pegar minhas coisas e sair dali sorrateiramente, mas Joe foi mais rápido. Seus braços  de serpente me puxaram e eu estava, de repente, em seu colo. 

— Não sei se gosto da ideia de deixá-la sair deste quarto. — eu já sabia bem o  que aquele brilho em seus olhos significava. 
— Joe, você mesmo disse que Gomes... — mas não pude terminar, sua boca me  impediu. E, quando uma de suas mãos começou a traçar uma trilha de fogo dos joelhos  até minhas coxas, pensei que não teria problema se eu me demorasse só um pouco, só 
mais um beijo. 
— Você precisa se vestir. — ele disse, ao mesmo tempo em que me abraçava mais firmemente. 
— Assim que você me soltar. — sussurrei, me agarrando a ele. 
— Acho melhor se vestir de uma vez. 
— Tudo bem. — murmurei desanimada, tentando me soltar dele, mas sua língua  invadiu minha boca, bagunçando minha capacidade de raciocinar. 

Ele me beijou até que, de repente, me deitou na cama, sua boca deslizando por  meu pescoço até alcançar meu coração já acelerado e querendo sair do peito, como era  de se esperar. Perdi o controle da situação. 

O que eu tinha que fazer mesmo? 
Decidi que, seja lá o que fosse que eu tinha que fazer, poderia esperar só mais  um pouquinho...


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Heey meninas,arrumei um tempinho e postei rapidãaao,kkkkk,ta chovendo muito aqui na minha cidade e o sinal da net cai as vezes,olha o que eu posso dizer agora,é que eles ficaram juntos,mais antes muita agua vai rolar debaixo da ponta kk.
Beijões,Nath

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