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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

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 Hey meninas
Bem,me deram uma ideia de fazer uma historia só minha. 
É,talvez seja uma opção e tals. Eu irei tentar fazer uma minha,
mesmo que ela seja curtinha. Irei tentar começar logo.
Talvez na proxima semana e tals,caso não der certo irei começar 
a continuação de perdida ta bem?
xoxoxo

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

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Hey meninas,ja desconfiava que seria essa a resposta de vocês kkkk
Então por isso,eu vou deixar aqui três opções para tentarmos animar o blog outra vez.
Opção 1: Vocês indicam um livro ou algo do tipo.
Opção 2: Postar a continuação de perdida
Opção 3: Desativamos o blog por algum tempo.

Bem,era isso,espero que entendam,um grande beijo no coração de voces

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

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Oi Oi Meninas
Bem,serei direta. O Blog anda bastante parado,isso acaba me deixando triste,e eu acho que tem algo coom a historia,e adoraria que vocês dessem a opinião de vocês.
Dez respirações minusculas,demora realmente pra desenvolver,e principalmente pra chegar aos segredos do coração de Demetria e Joseph. A Historia tambem não é comedia,é mais um drama romantico,e isso não agradou voces,certo?
Bem meninas,o x da questão é: 
Prossigo com 10 respirações minusculas ou desativamos o blog por algum tempo e quando voltarmos seja com alguma coisa em mente?
Bem.. é apenas isso.
Se cuidem,beijos

sábado, 24 de janeiro de 2015

10 respirações Minusculas #8 #Maratona

Ele sorri amplamente e seu olhar se fixa em meus lábios. A sensação de seus olhos me faz vomitar palavras que meu cérebro não tinha aprovado ainda.

— Eu não sei. Acabo de me mudar para cá. Não tive nenhuma diversão ainda. — Oh meu Deus Demi. Cale-se!

Cale a boca! Agora você está parecendo uma cabeça oca e uma perdedora!

Com um sorriso torto, ele se inclina contra a máquina de lavar e cruza os braços sobre o peito. E então ele me olha. Esse olhar dura uma eternidade, até que o suor começa a escorrer por minhas costas.

— Bem, nós precisamos mudar isso, não é?
— Huh? — Eu coaxo, calor acendendo no meu baixo ventre. Ele efetivamente me despiu da minha
cobertura de titânio novamente. Ele jogou-a para outro planeta onde não tenho esperança de encontrá-la.

Estou nua e vulnerável e os seus olhos estão perfurando meu núcleo.

Seu corpo desliza através de sua máquina de lavar até que ele está se inclinando na minha, seu quadril contra o meu, seu braço esticado para o canto oposto da máquina na minha frente, efetivamente invadindo todo o meu espaço pessoal.

— Mudar o fato de que você não está se divertindo. — Ele murmura. Minha respiração prende. Eu sinto que ele alcançou dentro de meu corpo e apreendeu meu coração acelerado. Será que ele tem alguma ideia do que está fazendo comigo? Eu sou tão óbvia?

Seu dedo indicador sobe e desliza sobre minha têmpora, pelo meu rosto, para se juntar ao resto da sua mão em concha na minha mandíbula. Ele esfrega meu lábio inferior com a ponta de seu dedo polegar enquanto eu fico de boca aberta para ele. Não posso me mover. Nenhum músculo, como se seu toque tivesse o poder de paralisar. — Você é tão bonita.

Meus nervos estão uma bola de contradições. Seu dedo se sente tão bem contra o meu lábio e ainda essa voz está gritando: Não! Pare! Perigo!

— Você também. — Ouço-me sussurrar e eu imediatamente amaldiçoo a traidora interior.

Não. Deixe. Isso. Acontecer.
Ele se inclina cada vez mais perto até a sua respiração acariciar minha boca. Estou paralisada. Eu juro que ele vai me beijar.
Juro que eu vou deixá-lo.

Mas então ele se endireita, como se lembrando de algo. Limpando a garganta, ele diz, com uma piscadela:

— Vejo você por aí,Demi. — Ele se vira e desaparece subindo as escadas, as pernas compridas dando dois passos de cada vez.
— Si... Sim. Co... com certeza. — Gaguejo, inclinando-me contra a máquina por apoio quando as minhas pernas se transformam em geleia. Tenho certeza de que estou há dois segundos de distância de fundir em uma poça no chão de concreto. Luto contra o impulso de correr atrás dele. Um... dois... três... Eu me esforço para livrar-me da sensação desconfortável que percorre meu corpo. Encolhendo-me mais, eu coloco minha bochecha contra a máquina, minha pele avermelhada apreciando a sensação do metal frio.

Ele é um baita de um jogador. Eu geralmente sou tão boa em desligá-los. Sendo uma mulher em uma academia dominada por homens, eu lidei com os egocêntricos inchados no O'Malleys todos os dias. Segure o meu saco por mim... Domine-me... Os comentários foram sem fim e sem criatividade. Então, quando eles decidiram que eu devia ser lésbica porque não havia baixado meus shorts para ninguém, os comentários estúpidos aumentaram dez vezes.

Eu nunca tive problemas em resistir ao mais quente deles. Porém, nenhum deles quebrou esta parede magistral de autopreservação que eu construí em volta de mim. Eu gostava de lutar com eles. Adorava deixá-los sobre os seus joelhos. Mas nunca tinham mexido qualquer interesse em mim, físico ou não.
Mas Joe... há algo de diferente nele, e eu não tenho que pensar muito para vê-lo. Algo sobre o jeito que ele assume cada espaço, a maneira como ele olha para mim, como se já tivesse identificado e pudesse desarmar cada um dos mecanismos de minha defesa sem nenhum esforço, como se ele visse através deles diretamente para o desastre abaixo.
E ele quer isso.

— Fodido jogador. — Murmuro enquanto corro para a pia. Um respingo de água temporariamente encharca as chamas em meu peito. Ele é suave. Oh tão suave. Muito mais sofisticado do que os babacas com que eu normalmente lido. Você é tão bonita, lembro, seguida de uma imitação em zombaria de mim dizendo: Você também. Tenho certeza que ele diz isso a todas. Veja só, ele vai encontrar Storm e dizer exatamente a mesma coisa. Oh Deus. Meu intestino dá um espasmo, meus punhos cerram tão apertados que meus dedos ficam brancos. O que vai acontecer quando ele conhecer Storm? Ele vai se apaixonar por ela. Ele é um cara. Qual cara não se apaixonaria pela Doce Barbie Stripper? E então eu vou ser nada mais do que a inquilina do apartamento 1C e eu vou ter que vê-los se abraçando no sofá, e ouvi-los tendo sexo selvagem de stripper do outro lado da parede do meu quarto, e vou querer rasgar os braços de Storm para fora. Caramba. Ligo a água fria e salpico meu rosto novamente. Em um instante, esse cara criou fissuras permanentes em meu terno de sanidade cuidadosamente construído, e eu não sei como lutar contra ele, para me proteger, para mantê-lo fora.

Para manter todos eles do lado de fora.
Noventa e nove por cento de mim sabe que eu preciso mantê-lo à distância. Não há nenhuma vantagem em pensar outra coisa. Ele vai olhar para a minha merda e vai fugir, deixando uma grande bagunça para trás. E ainda, enquanto eu olho a máquina de lavar, onde ele estava, onde os lençóis de sua cama redemoinham, eu dou séria consideração à roubá-los e deixar uma nota de “venha e pegue” em seu lugar. Não. Enfio as mãos com raiva pela minha juba espessa, segurando a parte de trás da minha cabeça, como se para
impedi-la de explodir. Eu preciso ficar longe dele. Ele vai estragar tudo o que eu trabalhei tão duro para consertar.

De repente, eu não posso sair dessa lavanderia rápido o suficiente.
***

Hey meninas,desculpem a demora. Mas enfim,cara,to desanimada demais,apenas um comentario. Poxa,bem,tentando mudar isso,eu vou reforçar a maratona,pra adiantar a historia e ver se voces começam a gostar. Demi e Joe não são um casal normal,os dois tem altas cicatrizes,mas talvez o amor prevaleça e não o medo. Por fim,ainda hoje pretendo postar mais um capitulo,não posso afirmar a hora,mais terá,pode ser pela tarde ou pela noite ta bem? Obrigada a minha leitora fiel que nunca deixa de comentar,voce tem um lugar no meu coração <3.
Bem,ja falei demaais,não pera,voces notaram que em perdida era a Nath que publicava,em 10 respirações minusculas,revezamos porque nem sempre temos tempos,entao por hoje voces estão comigo,a dona,fundadora do blog,Prazer Tay. E em alguns capitulos voces estarão com a Nath.
Um grande beijo,se cuidem,ate mais tarde
E aah,comentem,curtam,deixem a opinião de vôces.


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

10 respirações Minusculas #7 #maratona

***

— Até mais, Livie. — Eu resmungo, pegando as minhas coisas para o Starbucks, uma carranca torcendo meu rosto.
— Dem... — Há uma longa pausa. O movimento de engolir em seco de Livie enche o silêncio no apartamento e eu sei que algo a está incomodando.

— Ugh, Livie! — Eu jogo a minha cabeça para trás. — Fala logo. Não quero estar atrasada para o meu trabalho estelar.
— Eu acho que deveria ter ficado em Grand Rapids.

Isso congela os meus pés. Raiva faísca dentro de mim com o pensamento de minha irmã ficar lá. Não
comigo.
— Pare de dizer coisas estúpidas como essa, Livie. — Eu toco o seu nariz, fazendo-a estremecer. — Agora mesmo. Claro que você não deveria ter ficado em Grand Rapids.
— Como vamos sobreviver embora?
— Com 10 horas de prostituição para cada uma de nós. No máximo.
— DEMI!

Eu suspiro, ficando séria.

 — Nós vamos achar um jeito.
— Eu posso conseguir um emprego.
— Você precisa se concentrar na escola, Livie. Mas... — Eu agito meu dedo para ela.
— Se Storm oferecer-lhe dinheiro de novo, aceite.

Ela já está sacudindo a cabeça.

— Não. Eu não vou aceitar dinheiro para passar o tempo com Mia. Ela é divertida.
— Você devia estar se divertindo com pessoas da sua idade, Livie. Como meninos.

Ela ergue o queixo teimosamente.

 — Quando eles não forem idiotas, eu vou fazer isso. Até então, crianças de cinco anos fazem mais sentido.

Eu sufoco o riso. Isso é parte do problema de Livie. Ela é muito inteligente. Inteligente tipo gênio. Ela nunca se relacionou com as crianças de sua idade. Eu acho que ela nasceu com a maturidade de 25 anos de idade. Perder meus pais apenas exacerbou o problema. Ela cresceu muito rápido.

— E você? Nunca é tarde demais para o sonho de Princeton. — Diz ela em voz baixa.

Um bufo pouco atraente me escapa.

— Esse sonho morreu há anos para mim, Livie, e você sabe disso.  MAS,Você vai, em uma bolsa integral que você vai ganhar. Eu vou me candidatar para algo local assim que tiver o dinheiro. — E de alguma forma forjar minha transcrição para compensar dois anos de notas péssimas.


Sua testa franze do jeito que sempre faz quando Livie está preocupada.

— Local, Dem? Papai odiaria  isso. — Ela está certa, ele iria odiar. Nosso pai foi para Princeton. Seu pai foi para Princeton. Na opinião dele, eu podia muito bem me inscrever em uma escola com arcos dourados e ter a matéria “Virar Hambúrgueres para Iniciados” se eu não fosse para Princeton. Mas mamãe e papai se foram e o tio Raymond explodiu nossa herança inteira em uma mesa de Black Jack.

Lembro-me da noite que eu descobri sobre isso como se fosse ontem. Foi o meu décimo nono aniversário e eu pedi a tia Darla e ao tio Raymond o nosso dinheiro para que . pudéssemos mudar de casa. Eu queria ser a Responsável Legal de Livie. Eu sabia que algo estava acontecendo quando a tia Darla não podia encontrar meus olhos. Tio Raymond tropeçou em suas palavras antes de deixar escapar que não havia mais nada.
Depois de quebrar quase todos os pratos no balcão da cozinha e atolar meu pé na jugular de tio Raymond tanto que seu rosto ficou roxo, eu liguei aos policiais, pronta para acusá-los de roubo. Livie pegou o telefone de mim e desligou antes que a chamada se efetuasse. Nós não iríamos ganhar. Eu, provavelmente, seria a única presa. Tão inteligentes como a mãe e o pai eram, eles não planejaram morrer. Todo o dinheiro restante após os débitos serem pagos foi para o tio Raymond e para tia Darla para ‘cuidarem’ de nós. Secretamente, eu estou meio feliz que o tio Raymond tenha feito tudo o que ele fez. Isso me deu outra desculpa legítima para tirar minha irmã de lá e deixar para trás essa parte de nossas vidas definitivamente.
Eu dou um tapinha nas costas de Livie, tentando apaziguar seu sentimento de culpa.

— Papai ficaria feliz que estamos seguras. Fim da história.

***

No dia seguinte, eu estou na lavanderia, quando Storm desce os degraus, sorrindo, mas com os olhos pálidos. Livie levou Mia ao parque de novo e eu estou considerando seriamente bater em sua cabeça por se recusar a pegar o dinheiro.

— Tanner deve ter suas calcinhas todas retorcidas por causa disso. — Storm desliza seu pé pela mancha verde pegajosa deixada por meu detergente. Eu abaixo minha cabeça, em silêncio, lembrando-me para voltar e esfregar o chão. O pensamento de Tanner em qualquer tipo de roupa de baixo faz subir bile na minha garganta.

Eu calmamente continuo minha distribuição de roupa até perceber Storm lá de pé e de braços cruzados, olhando para mim. É óbvio que ela quer falar comigo, mas provavelmente não sabe por onde começar.

— Há quanto tempo você mora aqui? — Eu finalmente pergunto.

Eu acho que a minha voz a assusta porque ela pula e começa a jogar pequenas t-shirts e pequenas calcinhas de Mia na máquina.

 — Oh, três anos, eu acho? É um edifício bastante seguro, mas eu ainda não teria vindo aqui à noite.

Suas palavras me trazem de volta para pensamentos de Joe e os sentimentos indesejados que ele suscita tão facilmente. Estamos aqui há semanas e eu não o encontrei desde então. Se eu cavar fundo, se eu prestar atenção para o que estou tentando enterrar, eu pego um vislumbre de decepção por esse fato. Mas rapidamente esmago-o com um martelo e jogo-o no poço com todos os outros sentimentos indesejados.

— Como são as outras pessoas no prédio?

Ela encolhe os ombros.

— Um monte de gente entra e sai. O aluguel é barato então temos um monte de garotos universitários. Eles sempre foram agradáveis, especialmente para Mia. A Sra. Potterage no terceiro andar ajuda a tomar conta dela depois da escola e quando eu trabalho. Oh! — Ela agita um dedo. — Evite o 2B como a peste. É o de Pete Pervertido.

Minha cabeça se inclina para trás com um gemido.

 — Fantástico. Nenhum edifício está completo sem um pervertido residente.
— Ah, e um novo cara mora próximo a você. 1D.

Eu não posso controlar o pouco de calor subindo pelo meu pescoço.

— Sim, Joe. — Eu digo casualmente enquanto inicio a máquina. Até mesmo o nome dele em voz alta soa quente. Joe,Joe.Joe Pare com isso, Demi.
— Bem, eu não falei com esse Joe, mas eu o vi e... Wowza. — Suas sobrancelhas agitam sugestivamente.

Ótimo. Minha linda vizinha Barbie pensa que Joe é quente. Tudo o que ela tem a fazer é ajustar sua camisa e ela vai tê-lo de joelhos. Percebo que meus dentes estão cerrados dolorosamente e eu foco em liberar meus músculos. Ela pode ficar com ele e todos os problemas que vem com ele. Por que você se importa,Demi?

Fechando a máquina e ligando-a, Storm exala profundamente, soprando a franja longa de seu rosto.

 — Você vai ficar aqui por um tempo? — Ela olha para o jornal e marcador que eu trouxe para baixo comigo. — Você se importaria de desligar minha máquina quando o programa terminar? Quer dizer, se você estiver por perto e não for muito problema.

Olho para ela de novo, a sua pele puxada e as linhas arroxeadas que estragam seus lindos olhos verdes e vejo como ela está desgastada. Jovem, mãe solteira com uma menina de cinco anos de idade e ela trabalha seis dias por semana, até três horas da manhã a cada noite?

— Sim, não há problema. — Isso soa como algo que uma pessoa agradável e normal faria, eu digo a mim mesma. Livie vai ficar orgulhosa de mim.

— Tem certeza? Eu não quero impor.

Percebo que ela está mordendo o lábio e seus ombros estão tensos e então vejo que ela está nervosa. Pedir minha ajuda provavelmente levou uma tonelada de coragem e ela deve estar desesperada o suficiente para pedir. Perceber isso me faz querer bater minha cabeça contra uma parede. Claramente, eu não tentei muito ser acessível, como prometi a Livie que eu faria. E Storm é boa. Realmente, genuinamente boa.

— Por que, minha senhora, eu acho que seria uma honra lavar suas roupas. — Eu digo com um falso sotaque do sul, pegando o jornal para me abanar com ele.

Seu rosto se ilumina com surpresa quando ela ri. Ela abre a boca para responder, mas não sai nada. O fato de eu ter um senso de humor chocou-a. Droga, Livie está certa. Eu sou uma rainha do gelo.

Rapidamente acrescento

 — Além disso, eu devo a você pela semana passada. É o mínimo que posso fazer depois de usar Hannah - a mais suja de todas as armas. — Eu sorrio e não é forçado. — Eu vou estar lendo a seção de emprego, portanto, posso muito bem fazê-lo neste paraíso.

Ela franze a testa.

 — Starbucks não está resultando? — Livie deve ter dito a ela, porque eu com certeza não disse.
— É ok, mas o salário é uma merda. Se eu quiser viver de Spam e de raspar manchas azuis de bolor para fora do pão o resto da minha vida, assim eu consigo.

Ela acena com a cabeça, pensando.

— Vocês deveriam vir para o jantar hoje à noite.

 Eu abro minha boca para recusar a caridade e ela acrescenta:

 — Como agradecimento à Livie por cuidar de Mia hoje. — Há algo nesse tom, uma mistura de bravura forçada, mas também um nível de autoridade natural que me faz fechar a boca.
— E... — Ela muda seus pés um pouco hesitante, como se não tivesse certeza se ela deve dizer o que está em sua mente: —... Você sabe como misturar bebidas?
— Uh... — Eu pisco rapidamente com a mudança repentina de assunto. — Não é um pouco cedo no dia para isso?

Ela sorri, seus dentes perfeitos brilhando. — Como martinis e Long Islands?
— Eu preparo uma dose de tequila assassina. — Ofereço de coração.
— Bem, eu posso falar com meu chefe e ver se ele vai contratá-la, se você estiver interessada. Eu sou bartender em um clube. O dinheiro é bom. — Seus olhos se alargam com as últimas palavras. — Tipo, muito bom.
— Bartender, hein?
Ela sorri. — Então, o que você acha?

Será que eu poderia lidar com isso? Eu não disse nada, tentando imaginar-me atrás de um bar. O visual termina comigo quebrando uma garrafa e chutando um ‘cliente de mãos inquietas’ na cabeça.

— Eu provavelmente deveria avisá-la, no entanto. — Ela hesita. — É um clube adulto.

Sinto um franzir surgindo na minha testa.

— Adulto como...
— Strippers.
— Ah... — É claro. Olho para mim mesma. — Sim, eu sou o tipo de menina de “manter as roupas em multidões.”

As mãos de Storm acenam para longe as minhas palavras.

— Não, não se preocupe. Você não teria que tirar a roupa. Eu prometo.

Eu? Trabalhar em um clube de strip?

— Você acha que eu ia me encaixar, Storm?
— Você pode lidar com ser cercada por sexo, bebida, e um monte de dinheiro?

Dou de ombros

 — Parece como a minha adolescência, menos o dinheiro.
— Você pode aprender a sorrir um pouco mais? — Ela pergunta com uma risadinha nervosa.

Eu pisco-lhe o meu melhor sorriso falso.
Ela acena com aprovação.

— Ótimo. Eu acho que você vai fazer bem atrás do bar. Você tem uma aparência que eles vão gostar.

Eu ronco.

— Que aparência? A de “acabei de sair de um ônibus de Michigan e vou fazer qualquer coisa por dinheiro para não ter que comer Spam”?

Os cantos de seus olhos enrugam quando ela ri.

— Pense sobre isso e deixe-me falar com o meu chefe. É realmente um bom dinheiro. Você não teria que comer Spam novamente. Nunca. — Com isso, ela pula as escadas.

Eu penso sobre isso. Penso sobre isso, enquanto observo as roupas de Storm e Mia girando em círculos. Eu penso nisso enquanto o temporizador desliga e eu coloco as roupas no secador e inicio duas novas cargas. Eu penso sobre isso enquanto separo e dobro as roupas recém limpas em pilhas e recarrego o cesto, prestando uma atenção excessiva ao trajes sumários na pilha de Storm. Como um top preto minúsculo que parece um cruzamento entre um sutiã esportivo de lantejoulas e algo de um animal selvagem mutilado. Eu seguro-o. Será que ela serve bebidas ou seu corpo nisto? Isso explicaria seus peitos ridículos. Uau. Eu poderia estar fazendo amizade com uma stripper. Isso parece estranho. E então eu reconheço que estou avaliando sua roupa interior. Isso soa ainda mais estranho.

— Diga-me onde você usa isso para que eu possa estar lá para testemunhá-lo. — Sua voz profunda me assusta novamente. Eu suspiro quando minha cabeça se vira para ver Joe andar em minha direção com um saco de roupa pendurada em seu ombro. Minha respiração se prende com a visão dele e aquelas covinhas profundas quando ele pisca descaradamente. Passaram mais de duas semanas desde que eu me encontrei com ele aqui, mas vê-lo imediatamente acende um fogo dentro de mim.

Mais uma vez na lavanderia? Quais são as chances? Inalando profundamente, me obrigo a relaxar. Estou mais bem preparada desta vez. Eu não vou agir como um cadete do espaço. Eu não vou deixar seu belo rosto me desarmar. Eu não vou...

 — Bem, bem. A Aberração da Lavanderia ataca novamente.

Joe sorri ao mesmo tempo em que sua atenção desliza pelo meu corpo, parando para examinar a tatuagem em minha coxa por um momento antes de voltar para o meu rosto. No momento em que chega lá, meu pulso está correndo e eu acho que posso ter que mudar minha calcinha. Caramba. Aqui vamos nós outra vez.

 — Round dois. — Eu murmuro antes que possa parar.

Suas sobrancelhas se erguem com surpresa quando ele se move em direção à máquina de lavar aberta.
Eu tento não cobiçar seu corpo definido através de sua t-shirt branca, observando-o despejar um conjunto de lençóis brancos para a lavagem.

— Você lava muito seus lençóis. — Observo friamente, pensando que é um comentário bastante inócuo.

As mãos de Joe pausam por um segundo e então ele continua, rindo e balançando a cabeça, mas sem dizer nada. Ele não precisa. Eu percebi o que a minha observação poderia implicar e gemo, lutando contra o desejo de me bater na testa, meu rosto ficando ainda mais quente. Qualquer vantagem que eu achava que tinha quando ele entrou acabou de ser dissolvida em uma confusão quente em meus pés.
Tenho certeza de que seus lençóis veem um monte de ação. Ele tem que ter uma namorada. Alguém como ele deve ter uma namorada. Ou várias amigas de sexo. De qualquer maneira, agora eu quero cavar um buraco e me esconder até que ele saia.

— O que eu posso dizer? É quente em Miami sem ar condicionado. — Ele oferece depois de um momento como se para aliviar o desconforto. Isso é o que eu me engano em pensar de qualquer maneira, até que ele diz: — Mesmo sem roupas, eu acordo fervendo. — E habilmente aumenta minha mortificação.

Joe dorme nu. Minha boca seca quando o meu olhar inevitavelmente se agarra a seu corpo novamente. Do outro lado da parede da minha sala de estar está este deus, em uma cama, deitado nu. Embora eu achasse impossível, meu pulso acelera ainda mais.
Abro minha boca para mudar de tema, mas não consigo pensar em nada coerente. Palavras nadam dentro da minha cabeça, sem sentido. Eu não consigo dar uma resposta maldita remotamente inteligente. Nenhuma. Eu, que posso fazer piadas de orgia e esmagar sacos de bolas arrogantes, estou sem palavras. Ele suavemente estilhaçou meu escudo defensivo com nada além de roupa de cama e uma imagem mental dele nu. Eu observo os músculos de seus ombros se moverem enquanto ele derrama detergente na máquina. Quem sabia que lavar roupa podia ser sexy. Quando ele se vira para mim e pisca, eu pulo.

— Você está bem? — Ele pergunta.

Concordo com a cabeça e tento fazer um som afirmativo, mas soa como um gato estrangulado e tenho certeza que minha cabeça inteira pegou fogo agora.
Ele bate a tampa sobre a máquina de lavar e empurra as moedas para começar a lavagem, então se vira para mim, inclinando-se perto.

— Para ser honesto, eu vi você andando para cá com a sua roupa e peguei a primeira coisa que conseguia pensar para lavar.

Espere... O que ele está dizendo? Balanço minha cabeça para afastar a névoa. Acho que ele está me dizendo algo importante.

Ele sorri enquanto empurra a mão para trás por seu cabelo despenteado. Eu quero fazer isso, penso, involuntariamente flexionando meus dedos. Por favor, deixe-me fazer isso. Na verdade, eu quero fazer todos os tipos de coisas para ele. Aqui mesmo no porão sombrio. Na máquina de lavar. No chão. Em qualquer lugar. Eu luto contra o impulso de avançar nele como um animal raivoso. Inferno, eu estou ofegando como um, agora.

— Então, o que as pessoas fazem para se divertir por aqui? — Pergunta ele, inclinando-se para trás um pouco para me dar espaço, como se pudesse ver que eu estou prestes a desmaiar pela sua proximidade.

— Uh... — Leva-me um momento para encontrar a minha voz. E meu juízo. — Passar tempo em lavanderias? — Minhas palavras saem instáveis. Caramba, o que está errado comigo?

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Hey meninas,como ces tao? Desculpas a Demora pra postar,bem as coisas estão meio loucas pra Joe e Demi hein kkk . To apressada e não vou poder falar muito,comentem,curtam,kibem,nos vemos logo
Beijos


sábado, 17 de janeiro de 2015

10 Respirações Minusculas #6 #Maratona

Fase Dois :
Negação

Entro meio adormecida na cozinha para encontrar Livie e Mia na mesa de jantar pequena, jogando Go Fish. — Bom dia! — Livie canta.
— Bom dia! — Mia imita.
— São tipo oito horas. — Murmuro enquanto pego o jarro de sumo de laranja barato da geladeira.
— Como foi o trabalho? — Livie perguntou.

Tomo um gole gigante do jarro.
 — Merda.

Há um ofego agudo e eu encontro o dedo curto de Mia esfaqueando o ar em minha direção.

— Demi acabou de dizer uma palavra feia! — Ela sussurra.

Eu me encolho quando pego o olhar infeliz de Livie.

— Eu tenho direito a um erro, ok? — Digo, procurando uma maneira de me desculpar.

Eu vou ter que ter cuidado com a minha língua, se Mia vai ficar por aí.

Mia inclina a cabeça para um lado, provavelmente considerando a minha lógica. Então, como qualquer boa criança de cinco anos de atenção limitada, minha infração,Jogo de Cartas,hedionda é rapidamente esquecida. Ela sorri e anuncia:

— Vocês estão vindo para o brunch. Não café da manhã e não almoço.

Agora é a minha vez de encarar Livie.

— Nós vamos, é?

Baixando a testa, Livie se levanta e vem para o meu lado.

 — Você disse que ia tentar. — Ela me lembra em um sussurro baixo para Mia não ouvir.
— Eu disse que ia ser boa. Não disse que ia trocar receitas de muffin com os vizinhos. — Eu respondo, tentando duro não rosnar.

Recebo um revirar de olhos.

 — Pare de ser dramática. Storm é legal. Eu acho que você vai gostar dela se parar de evitá-la. E todos os outros seres vivos.
— Quero que você saiba que eu graciosamente servi mais de mil xícaras de café esta semana para as criaturas vivas. Algumas muito questionáveis também.

Cruzando os braços, o olhar de Livie achata, mas ela não diz nada.

— Eu não estou evitando as pessoas. — Sim, estou. Todas, incluindo a Barbie. E o gostoso ao lado.

Definitivamente ele sim. Eu tenho certeza que vi seu corpo definido olhando pela janela quando eu cheguei em casa à noite, algumas vezes, mas eu abaixei a cabeça e passei acelerada, minhas entranhas apertando com a ideia de vê-lo cara a cara novamente.

— Sério? Porque Storm acha que você está. Ela saiu para falar com você no outro dia, e você correu para o apartamento como um raio antes que ela pudesse dizer 'oi'.

Eu me escondo atrás de outro gole de suco. Apanhada. Eu fiz isso totalmente. Ouvi-a destravar a porta e os começos de um “Olá, Demi,” e eu corri para fechar a nossa porta do apartamento.

— Eu sou como um raio. Garota Relâmpago tem um belo atrativo sonoro. — Eu digo.

Livie observa enquanto eu analiso o conteúdo escasso da nossa geladeira e o meu estômago protesta com um grunhido perfeitamente cronometrado. Nós concordamos em gastar o mínimo possível até que eu tenha um cheque de pagamento ou dois no banco, então estamos vivendo de Cheerios sem marca e sanduíches de mortadela por mais de uma semana. Dado que eu preciso de mais calorias do que uma garota comum de vinte e doisanos para funcionar, isso me deixou lenta. Acho que se oferecer para nos alimentar dá a Storm pelo menos cinco pontos no banco de amiga em potencial.

Minha língua desliza sobre os dentes superiores.

 — Tudo bem.

O rosto de Livie se ilumina. — Isso é um sim?

Eu dou de ombros, agindo indiferente. No interior, o pânico é crescente. Livie está ficando muito ligada a essas pessoas. Ligações são ruins. Ligações levam à dor. Eu faço uma careta.

— Desde que ela não faça mortadela.

Ela ri e eu sei que é mais do que a minha piada brega. Ela sabe que eu estou tentando, e isso a faz feliz.

Mudo de assunto.

— Como é a sua nova escola, a propósito? — Eu trabalhei no turno da tarde durante toda a semana então nós não falamos uma única vez, além de algumas notas no balcão da cozinha.

— Ah... certo. — A face de Livie empalidece como se ela tivesse visto um fantasma. Ela pega sua mochila, com um olhar para trás para ver Mia ocupada fazendo seu jogo próprio de cartas na mesa.
— Eu verifiquei a minha conta de e-mail na escola. — Ela explica enquanto me entrega um pedaço de papel.

Minhas costas endurecem. Eu sabia que isso iria acontecer.

Querida Live,
Presumo que a sua irmã a tenha convencido a fugir. Não posso entender por que, mas eu espero que você esteja segura. Por favor, me envie uma mensagem para deixar-me saber onde você está. Eu vou buscá-la e levá-la para casa, onde seus pais querem que você esteja. Isso vai fazê-los felizes.
Eu não estou chateada com você. Você é uma ovelha desviada por um lobo. Por favor, deixe-me levá-la para casa. Seu tio e eu sentimos sua falta terrivelmente.
Amor,
Tia Darla

Calor explode como um vulcão dentro de mim ao mesmo tempo que meu sangue ferve. Não sobre o comentário de lobo. Eu não me importo com isso. Ela me chamou pior. O que eu me importo é com ela usar os nossos pais como uma viagem de culpa, sabendo muito bem que tinha machucado Livie.

— Você não respondeu, não é?

Livie balança a cabeça solenemente.

— Bom. — Eu falo com os dentes cerrados, amassando o bilhete em uma bola. — Exclua a sua conta. Crie uma nova. Nunca responda a ela. Nem uma vez, Livie.
— Ok, Dem.
— Estou falando sério! — Eu ouço o pequeno arfar de Mia e rapidamente tempero o meu tom. — Nós não precisamos deles em nossas vidas.

Há uma longa pausa

. — Ela não é uma pessoa má. Ela tem boas intenções. — A voz de Livie fica suave. — Você não tornou as coisas exatamente fáceis para ela.

Eu afasto o pedaço de culpa formando no fundo da minha garganta, rivalizando para dominar a minha raiva.

— Eu sei disso, Livie. Eu sei, realmente. Mas o jeito de tia Darla de ‘boas intenções’ não funciona para nós. — Minhas mãos movem-se para esfregar a testa. Eu não sou idiota. No primeiro ano após o acidente, eu coloquei todo o meu esforço, foco, e pensamento em consertar meu corpo para que eu pudesse me mover novamente. Uma vez liberado, o meu foco mudou para empurrar as memórias de minha vida anterior em um poço sem fundo. Havia dias impossíveis embora - feriados, aniversário, e afins - e eu aprendi rapidamente que o álcool e as drogas, enquanto capazes de destruir vidas, também tinham poderes mágicos, o poder de adormecer a dor. Mais e mais eu confiei nessas armas contra a corrente constante e avassaladora de água inchando sobre a minha cabeça, ameaçando me afogar.

Isso e sexo. Sexo sem sentido, do tipo “ter o que eu quero” com estranhos com quem eu não me importava, e que não se importavam comigo. Sem expectativas, pelo menos não da minha parte. Caras de festas, rapazes da escola. Se era difícil para eles depois, eu não me importava. Eu nunca deixei-os chegar perto o suficiente para descobrir. Foi o mecanismo perfeito de enfrentamento.

Tia Darla sabia o que estava acontecendo. Ela não sabia como lidar com isso. No início, ela tentou empurrar-me para um padre para que ele pudesse enfrentar e me livrar dos demônios interiores. Isso tudo tinha que ser obra de demônios, afinal de contas, de acordo com ela. Mas quando os demônios mostraram-se resistentes aos poderes de sua igreja, acho que ela decidiu que ignorar era melhor. “É apenas uma fase,” eu a ouvia sussurrar para Livie com um tapinha reconfortante. Uma fase nojenta e autodepreciativa da qual ela não queria fazer parte. A partir desse ponto, ela colocou todo o seu foco em sua sobrinha não-quebrada.

Eu estava bem com isso.

Até que eu acordei com Livie batendo em minhas costas para me impedir de me asfixiar com meu próprio vômito, lágrimas escorrendo pelo seu rosto, chorando histericamente, dizendo uma e outra vez: “Prometa que você não vai me deixar!” Suas palavras como uma faca apunhalando através do meu coração.
Parei tudo naquela noite. A bebida. As drogas. O sexo aleatório. O sexo, ponto. Eu não olhei sequer para um cara desde então. Não sei por que. Eu acho que tudo está conectado em minha mente. Felizmente, eu encontrei uma nova forma de enfrentar as coisas com kick boxing logo depois. Livie nunca aprovou completamente ou me apoiou neste novo vício, mas ela alegremente o prefere sobre as outras coisas.
Eu bato a porta da geladeira, não querendo pensar mais na tia Darla ou nas profundezas do meu passado autodestrutivo.

— O café da manhã é a que horas?
— Brunch! — Mia corrige-me com um suspiro de exasperação.
***
Os cheiros deliciosos de bacon e café despertaram ainda mais a minha fome enquanto seguíamos Mia até sua casa. Eu mentalmente me dei palmadinhas nas costas por fazer a escolha certa. Se nada mais, eu ia ter cargas de energia para o ginásio hoje.
Minha atenção flutua sobre o apartamento de Storm com um grau de temor. É um espelho do nosso, exceto que é legal. Ela encheu a sala com um sofá cinza em formato de L, almofadas brilhantes e mesas de vidro com pequenas lâmpadas bonitas de cristal. Uma televisão de tela plana está sobre um armário elegante de teca. O tapete verde horroroso espreita debaixo de um tapete creme felpudo. Suas paredes são cinza claro e salpicadas de fotos amorosas em preto e branco de Mia. Onde nosso apartamento parece um aluguel barato, o de Storm parece uma boutique feminina.
Eu tenho que admitir, enquanto sento-me à mesa e escuto calmamente Storm, Livie e Mia brincando para frente e para trás, eu estou começando a gostar de Storm querendo ou não. Embora uma pessoa nunca saberia olhando para ela - com essas infláveis distrações em seu peito - Storm é inteligente e ela age como se fosse muito mais velha do que seus 23 anos. Não demora tempo para ver isso. Ela é relaxada e diz uma piada inteligente aqui e ali em sua voz rouca, mas suave. Ela mexe muito em seu cabelo, e ri com facilidade, e não vejo nada exceto sinceridade e interesse em seus olhos. Para alguém tão bonita, ela não vem transversalmente como vã ou egoísta. Principalmente ela escuta. E observa. Esses olhos astutos analisam tudo. Pego-a estudando a tatuagem na minha coxa, seus olhos estreitando um pouco quando tenho certeza que ela nota a terrível cicatriz abaixo. É uma grande cicatriz que não foi causada por cirurgia no meu corpo, mas a partir de um pedaço irregular de vidro voando.

Ela não pergunta sobre isso, porém, o que me faz gostar dela ainda mais.

— Oh, cara! — Storm exclama através de um bocejo, seus olhos vermelhos e forrados com sacos roxos escuros. Inclinando-se sobre os cotovelos, ela esfrega o rosto ferozmente.  — Eu não posso esperar até que Mia aprenda a dormir até tarde. Pelo menos durante a semana eu posso tirar uma sesta no meio da manhã, enquanto ela está na escola.
— Ah, eu ia te perguntar. Você se importa se eu levar Mia para o parque no fim da rua? — Livie oferece como se ela estivesse pensando sobre isso e tivesse realmente esquecido. Eu imediatamente vejo o que ela está fazendo. Isso é tão Livie. — Eu não vou deixá-la fora da minha vista. Nem por um segundo, prometo. Eu tenho a minha certificação de CPR, a minha designação de salva-vidas júnior, milhares de horas em uma creche privada. — Livie começa a recitar seu currículo impressionante. — Eu até tenho uma cópia impressa do meu currículo em nosso apartamento, se você quiser ter uma cópia. E referências! — Claro que você tem, Livie. — Estaremos de volta em, digamos, quatro horas, se estiver tudo bem com você?
— Sim, mamãe! Diga que sim! — Mia salta para cima e para baixo no sofá, agitando os braços freneticamente. — Diga que sim! Sim! Sim! Mamãe, diga sim!
— Ok, ok. Acalme-se. — Storm ri, acenando no ar. — É claro que você pode, Livie. Você já passa tanto tempo com ela de qualquer forma, eu não estou preocupada com suas credenciais. Eu deveria lhe pagar, embora!
— Não. Absolutamente não. — Livie afasta suas palavras com um aceno de mão, ganhando meu olhar afiado. Ela é louca? Será que ela gosta de comer mortadela? Devemos passar para Spam?

Livie ajuda Mia com seus sapatos.

— Adeus, mamãe! — Mia grita em seu caminho para fora. Livie evita fazer contato visual comigo. É como se ela tivesse uma linha para o meu cérebro e pudesse ler os meus pensamentos mordazes.
Assim que a porta se fecha, a testa de Storm cai para cima da mesa.

 — Eu pensei que ia morrer hoje. Oh, Demi. Eu juro, sua irmã é como um anjo flutuando por aí com asas pequenas de cetim e uma varinha mágica. Eu nunca encontrei alguém como ela. Mia já está tão apaixonada por ela.

A camada de gelo sobre o meu coração derrete. Decido que talvez eu possa “tentar” ser amiga de Storm Matthews, seios gigantes falsos e tudo.
***

Hey meninas,tudo bem? Cara,eu vou ser sincera,não to muito feliz com o andamento da historia,voces parecem não gostar,isso me deixa mal. Mais bem,nos vemos amanha ou na segunda.
Um beijão,comentem,curtam,kibem.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Dez Respirações Minusculas # 5 #Maratona

A Barbie está do lado de fora. Não é brincadeira. Uma barbie verdadeira de um metro e 55 centímetros, altamente bronzeada, loira, com lábios cheios e íris gigantes azuis. Eu encontro-me sem palavras, avaliando seus minúsculos shorts de algodão e a forma como o logo da “Play Boy” se distorce ao ser esticado pela sua parte da frente do top.

Aqueles definitivamente não são verdadeiros. Eles são do tamanho de balões de ar quente.
Um sotaque suave quebra meu transe.

— Oi, eu sou Nora Matthews, da porta ao lado. Todo mundo me chama de Storm
.
Storm? Storm do apartamento ao lado com balões gigantes costurados em seu peito?
Uma garganta é limpa e eu percebo que ainda estou olhando para eles. Eu rapidamente desvio meu olhar de volta para seu rosto.

 — Está tudo bem. O médico me deu um aumento bônus enquanto eu estava dormindo. — Ela brinca com uma risadinha nervosa, ganhando uma tosse sufocada de choque de Livie.

Nossa nova vizinha, Nora  Storm, com peitos gigantes falsos. Eu me pergunto se Tanner deu-lhe o discurso de “Sem orgias, mantenha a paz” quando ele entregou-lhe as chaves.
Ela estende o braço tonificado e eu imediatamente fico tensa, lutando para não recuar visivelmente. É por isso que eu odeio conhecer novas pessoas. Nesta era de doenças, não podemos todos apenas acenar uns para os outros e terminar com isso?

Uma cabeça de cabelo negro aparece em minha visão quando Livie mergulha para agarrar a mão estendida de Storm.

 — Oi, eu sou Livie. — Eu silenciosamente agradeço a minha irmã por me salvar mais uma vez. — Esta é minha irmã, Demi. Somos novas em Miami.

Storm oferece a Livie um sorriso perfeito e se vira para mim.

— Olha, eu sinto muito sobre a música. — Então ela pode dizer que eu sou a instigadora. — Eu não tinha ideia de que alguém se mudou para a porta ao lado. Eu trabalho à noite e a minha menina de cinco anos de idade acorda-me cedo de manhã. É tudo o que posso fazer para ficar acordada.

É então que percebo que o branco de seus olhos está vermelho. Culpa me esfaqueia, por saber que há uma criança envolvida. Caramba. Eu odeio sentir culpa, especialmente por estranhos.

Livie limpa a garganta e foca um olhar de ‘lembre-se de não ser uma cadela’ em mim.

— Não é grande coisa. Apenas talvez, não tão alto? Ou de 1980? — Eu sugiro.
— Meu pai me viciou em AC/DC. Eu sei, não é legal. — Ela sorri. — Estou aceitando pedidos. Qualquer coisa, exceto Hannah Montana, por favor! — Ela segura as mãos na frente dela, em sinal de rendição, ganhando uma risadinha de Livie.
— Mamãe! — Uma versão pequena de Storm de pijama listrado aparece, colocando-se atrás das longas pernas bem torneadas de sua mãe enquanto ela espia para examinar-nos com o polegar na boca. Ela é a criança mais linda que eu já vi.

— Estas são nossas novas vizinhas, Demi e Livie. Esta é Mia. — Storm apresenta, com a mão acariciando os cachos loiro-escuros da menina.
— Oi! — Livie grita com esse tom reservado para crianças. — Prazer em conhecê-la.

Não importa que tipo de bagunça eu virei, crianças pequenas têm o poder de temporariamente derreter a camada de gelo revestindo protetoramente meu coração. Elas e filhotes barrigudos.

— Olá, Mia. — Eu ofereço suavemente.

Mia recua com hesitação, olhando para Storm.

— Ela é tímida em torno de estranhos. — Storm se desculpa em seguida, olha para baixo para falar com Mia. — Está tudo bem. Talvez essas meninas serão suas novas amigas.

As palavras “novas amigas” são tudo o que é preciso. Mia sai de trás das pernas de sua mãe e vaga em nosso apartamento, arrastando um cobertor de lã amarela desbotada atrás dela. No início, ela simplesmente analisa nossa casa, provavelmente para investigar indícios sobre suas novas “amigas.” Quando seus olhos finalmente descansam em Livie, eles não se movem de novo.

Livie cai de joelhos para encontrar Mia cara a cara, um sorriso gigante esticando os seus lábios.

— Eu sou Livie.
Mia sustenta seu cobertor, com o rosto sério.
 — Este é o Sr. Magoo. Ele é meu amigo. — Agora que ela está falando, eu posso ver uma lacuna gigante onde ela perdeu os dois dentes da frente. Ela é instantaneamente muito mais fofa.
— Prazer em conhecê-lo, Sr. Magoo. — Livie aperta o tecido entre o polegar e o dedo indicador, agitando sua mão em brincadeira. Livie deve ter passado no teste do Sr. Magoo, porque Mia agarra o braço dela e puxa-a para fora da porta.
— Venha conhecer os meus outros amigos. — Elas desaparecem no apartamento de Storm, deixando apenas Storm e eu.

— Vocês não são dessa zona. — É uma afirmação, não uma pergunta. Espero que ela deixe por isso mesmo. — Vocês já estão aqui há muito tempo? — Os olhos avaliadores de Storm flutuam sobre nossa sala de estar escassa, bem como sua filha fez, pairando sobre um retrato emoldurado de nós com os meus pais sobre a parede da sala. Livie retirou-o da parede da sala de família da tia Darla enquanto corríamos para a porta.

Eu silenciosamente admoesto Livie por pendurá-lo lá para todos verem, fazerem perguntas, mesmo que eu não tenha o direito. Algumas vezes Livie fica determinada sobre alguma coisa. Essa é uma delas. Se fosse por mim, ele ficaria no quarto de Livie, onde eu pudesse ir visitá-lo ocasionalmente.

É muito difícil para mim olhar para seus rostos.

— Apenas há alguns dias. Não é caseiro?

A boca de Storm curva em um sorriso pela minha tentativa de humor. Livie e eu saqueamos o local Dollarama para algumas necessidades básicas. Afora isso e a imagem da família, a única coisa que nós adicionamos é o cheiro de água sanitária no lugar da naftalina.
Storm assente, cruzando os braços sobre o peito, como se para afastar um calafrio. Não há frio. Miami é quente, mesmo às seis horas da manhã

— É o que funciona por agora, certo? Isso é tudo o que podemos pedir. — Diz ela em voz baixa. De alguma forma, tenho a sensação de que ela está falando de mais do que o apartamento.

Há um grito de alegria da porta ao lado e Storm ri. — Sua irmã é boa com as crianças.

— Sim, Livie tem algum tipo de poder magnético sobre elas. Nenhuma criança pode resistir a ela. Em casa ela se oferecia para ajudar na nossa creche local muitas vezes. Tenho certeza que ela vai ter pelo menos 12 dos seus. — Eu me inclino para um sussurro simulado por trás da minha mão. — Espere até que ela descubra o que precisa fazer com os meninos para que isso aconteça.

Storm ri baixinho. — Tenho certeza que ela vai aprender logo. Ela é impressionante.


Quantos anos ela tem?
— Quinze.

Ela acena com a cabeça devagar.

— E você? Está na faculdade?

— Eu? — Dou um suspiro, lutando contra o desejo de me calar. Ela está fazendo um monte de perguntas pessoais sobre nós. Eu ouço a voz de Livie dentro da minha cabeça. Tente...

 — Não, eu estou trabalhando agora. Escola virá mais tarde. Talvez em um ou dois anos. — Ou 10. Eu vou me certificar que Livie está criada antes de mim, isso é certo. Ela é a única com um futuro brilhante pela frente.

Há uma longa pausa enquanto nós duas estamos perdidas em nossos próprios pensamentos.

— É o que funciona por agora, certo? — Faço minhas as suas palavras anteriores e vejo uma compreensão naqueles olhos azuis, mal ocultando seu próprio armário escuro de esqueletos.

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Hey meninas,como voces estão? Enfim sexta heein UHUL
Bem,como ces viram,vou começar uma maratona para adiantar a historia,espero que pra voces esteja tudo bem. To meio apressada hoje,então não vou falar muito,mas deixem a opinião de voces,por favor. 
Beijos beijos

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Dez Respirações Minusculas #4

Um som de assobio...
Luzes brilhantes...
Sangue...
Água, correndo sobre a minha cabeça. Eu estou me afogando.

— Demi, acorda! — A voz de Livie puxa-me para fora da escuridão sufocante e de volta para o meu quarto. São três horas da madrugada e eu estou encharcada de suor.
— Obrigado, Livie.
— A qualquer hora. — Ela responde baixinho, e deita ao meu lado. Livie está acostumada a meus pesadelos. Eu raramente passo uma noite sem um. Às vezes eu acordo até a mim mesma. Às vezes começo a hiperventilar e ela tem que despejar um copo de água fria sobre a minha cabeça para me trazer de volta.

Ela não teve que fazer isso hoje à noite.
Hoje é uma boa noite.
Eu fico quieta e imóvel até ouvir a sua respiração lenta e rítmica de novo, e eu agradeço a Deus por não levá-la de mim também. Ele levou todo mundo, mas ele me deixou Livie. Eu gosto de pensar que ele lhe deu a gripe naquela noite para impedi-la de ir ao meu jogo de rugby. Pulmões congestionados e um nariz escorrendo a salvaram.

Salvaram meu único raio de luz.

***

Levanto-me cedo para dizer adeus a Livie em seu primeiro dia em sua nova escola.

 — Você tem toda a papelada? — A lembro. Eu assinei tudo como tutora legal de Livie e fiz ela jurar dizer isso, se alguém perguntar.
— Por que vale a pena...
— Livie, apenas use a história e tudo vai correr bem. —

Para ser honesta, estou um pouco preocupada. Depender da mentira de Livie é como esperar que um castelo de cartas se mantenha em um vendaval. Impossível. Livie não poderia mentir se sua vida dependesse disso. Meio que depende, neste caso. Observo-a terminar seus Cheerios e pegar sua bolsa da escola, empurrando seu cabelo para trás da orelha uma dúzia de vezes. Esse é um de seus muitos tiques. Um que diz que ela está em pânico.

— Basta pensar, Livie. Você pode ser quem quer ser. — Eu ofereço, esfregando seus bíceps quando ela está prestes a se dirigir para fora da porta. Lembro-me de encontrar um pingo de consolo quando nos mudamos para casa da tia Darla e tio Raymond - uma nova escola e pessoas novas que não sabiam nada sobre mim. Eu fui idiota o suficiente para acreditar que a pausa de olhos piedosos iria durar. Mas as notícias viajam rápido em torno de cidades pequenas, e logo encontrei-me almoçando no banheiro ou faltando à escola por completo para evitar os sussurros. Agora, porém, estamos há mundos de distância de Michigan. Nós realmente temos uma chance de começar de novo.

Livie para e se vira para me olhar fixamente.

— Sou Livie Cleary. Eu não estou tentando ser ninguém mais.
— Eu sei. Só quero dizer, ninguém sabe nada sobre o nosso passado aqui. — Esse foi mais um dos nossos pontos de negociação para vir aqui. Minha exigência - não compartilhar nosso passado com ninguém.
— O nosso passado não é o que somos. Eu sou eu e você é você e isso é o que precisamos ser. — Livie me lembra. Ela sai e eu sei exatamente o que ela está pensando. Eu não sou Demi Cleary mais. Eu sou uma concha vazia que faz piadas inapropriadas e não sente nada. Eu sou uma Demi impostora.
***
Quando busquei o nosso apartamento, eu não estava só procurando uma escola decente para Livie. Eu precisava de um ginásio. Não onde meninas magras se pavoneiam em torno de novos equipamentos e ficam perto dos pesos, falando em seu telefone. Um ginásio de lutadores.

Foi assim que eu encontrei o The Breaking Point.
The Breaking Point é do mesmo tamanho que o O'Malleys em Michigan e eu imediatamente me sinto em casa quando eu entro. É completo, com pouca iluminação, um ringue de luta e uma dúzia de sacos de vários tamanhos e pesos, pendurados nas vigas. O ar é infundido com o mau cheiro familiar de suor e agressão - um produto da proporção de 50 homens para uma mulher.

Quando eu entro na sala principal inalo profundamente, acolhendo a segurança que isso traz consigo. Três anos atrás, depois do hospital me liberar dos cuidados a longo prazo - após intensa fisioterapia a fim de reforçar o lado direito do meu corpo, quebrado no acidente - eu entrei para uma academia. Passei horas lá a cada dia, levantando pesos, fazendo cardio, todas as coisas que fortaleceram meu corpo destroçado, mas nada fez para ajudar a minha alma devastada.

Então um dia, um cara chamado Jeff, com mais piercings e tatuagens do que uma estrela do rock cansada, se apresentou.

— Você é muito intensa em seus exercícios. — Disse ele. Eu assenti, sem interesse em qualquer direção que a conversa poderia ir. Até que ele me entregou seu cartão.

 — Você já tentou o O'Malleys abaixo da estrada? Eu ensino kick boxing lá algumas noites por semana.

Sou natural, aparentemente. Eu rapidamente me destaquei como sua pupila, provavelmente porque eu treinei sete dias por semana, sem falhar. Acabou por ser o mecanismo perfeito de enfrentamento para mim. A cada chute e cada soco, eu sou capaz de canalizar a minha raiva, a minha frustração, e minha mágoa em um golpe sólido. Todas as emoções que eu trabalho duro para enterrar na minha vida, eu posso liberar aqui de uma forma não-destrutiva.

Felizmente, o The Breaking Point é barato e eles deixam pagar mês a mês, sem taxas de inscrição. Tenho dinheiro suficiente reservado para um mês. Eu sei que deveria estar indo em direção à comida, mas não me exercitar não é uma opção para mim. A sociedade está melhor comigo em um ginásio.
Depois de me inscrever e obter a grande turnê, eu solto a minha arte em um saco de areia disponível. E sinto seus olhos em mim, os olhares curiosos. Quem é a ruiva? Será que ela não percebe que tipo de academia é essa? Eles estão querendo saber se eu consigo dar uma merda de um soco decente. Eles provavelmente estão fazendo apostas sobre quem me pega no chuveiro primeiro.

Deixe-os tentar.

Eu ignoro a atenção, os comentários flagrantes e risos, enquanto estico meus músculos, com medo de me forçar demais depois de faltar durante três dias. E eu sorrio.
Babacas arrogantes.

Tomando várias respirações para acalmar meus nervos, me foco neste saco, essa coisa graciosa que vai absorver toda a minha dor, meu sofrimento, o meu ódio sem protesto.
E então eu libero tudo.

***

O sol nem mesmo está alto ainda, e a pior espécie de heavy metal antigo explode através do meu quarto. Meu despertador lê 6:00 da manhã. Yup. No horário certo. É o terceiro dia consecutivo que o meu vizinho me acorda desse jeito.

— Mantenha a paz. — Murmuro enquanto puxo minhas cobertas sobre a cabeça, repetindo as palavras de Tanner. Eu acho que manter a paz significa não arrombar a porta do teu vizinho e quebrar teus eletrônicos contra a parede.

Isso não significa que eu não posso exercer vingança.

Pego o meu iPod - uma das poucas posses ‘não-roupas’ que peguei na nossa fuga - e percorro as listas de reprodução. Aqui está. Hannah Montana. Minha melhor amiga, Jenny, carregou toda essa merda adolescente como uma piada anos atrás. Parece que finalmente vai vir a calhar. Eu afasto a dor que vem junto com as memórias vinculadas a ela quando aperto o play e aciono o volume máximo. O som distorcido salta fora das paredes do meu espaço confinado. Os alto-falantes provavelmente vão explodir, mas isso vale a pena.

E então eu danço.

Como uma louca, eu giro ao redor do meu quarto, agitando os braços, esperando que esta pessoa odeie Hannah Montana tanto quanto eu.

— O que você está fazendo? — Livie grita, correndo para o meu quarto em pijamas amarrotados, seu cabelo selvagem. Ela salta para o meu iPod para carregar no botão de desligar.
— Só ensinando ao nosso vizinho uma lição sobre me acordar. Ele é meio babaca. — Ela franze a testa.
— Você o conheceu? Como você sabe que é um homem?
— Porque nenhuma garota ouve essa merda às seis da manhã, Livie.
— Ah. Eu acho que não posso ouvi-lo no meu quarto. — Sua testa franze enquanto ela estuda a parede adjacente. — Isso é terrível.

Dou-lhe uma sobrancelha arqueada.

 — Você acha? Especialmente quando eu trabalhei até as 11 ontem à noite! — Eu comecei o meu primeiro turno em uma Starbucks em um bairro vizinho. Eles estavam desesperados e eu tenho uma carta de referência estelar graças ao meu antigo gerente, filhinho de mamãe de 24 anos chamado Jake com uma queda por ruivas fodonas. Eu fui inteligente o suficiente para jogar bonito com ele.

Valeu a pena.

Com uma pausa e depois um encolher de ombros, Livie grita: — Festa de Dança! — E aumenta o volume.
Nós duas saltamos em torno de meu quarto rindo até ouvirmos o bater em nossa porta da frente.

O rosto de Livie drena de todas as cores. Ela é assim – só ladra, mas não morde. Eu? Eu não estou preocupada. Visto o meu casaco roxo de casa surrado e orgulhosamente avanço. Vamos ver o que ele tem a dizer sobre isso.

Minha mão está sobre a tranca, a ponto de abrir a porta, quando Livie sussurra duramente: — Espere!
Faço uma pausa e viro para encontrar o dedo indicador de Livie balançando, como minha mãe costumava fazer quando ela estava me repreendendo.

 — Lembre-se, você prometeu! Esse era o acordo. Estamos começando do zero aqui, certo? Nova vida? Nova Demi?
— Sim. E?
— E, você pode, por favor, tentar não ser uma rainha do gelo? Tentar ser mais parecida com a Demi de Antes? Você sabe, aquela que não tinha uma parede de pedra contra todo mundo que se aproxima? Quem sabe, talvez possamos fazer alguns amigos aqui. Basta tentar.
— Você quer ser amiga de homens velhos, Livie? Se for esse o caso, poderíamos ter ficado em casa. — Eu digo friamente. Mas suas palavras picam como uma longa agulha inserida direto no meu coração. De qualquer outra pessoa, elas escorregariam no meu duro Teflon exterior. O problema é que eu não sei quem é a Demi de Antes. Eu não me lembro dela. Eu ouvi que suas íris brilhavam quando ela ria, que sua interpretação de “Stairway to Heaven” no piano fazia seu pai chorar. Ela tinha hordas de amigos, e ela sorrateiramente dava abraços e beijos e andava de mãos dadas com seu namorado sempre que podia.

A Demi de Antes morreu há quatro anos e tudo o que resta é uma bagunça. Uma confusão que passou um ano em reabilitação física para reparar seu corpo despedaçado, apenas para ser liberada com uma alma despedaçada. Uma confusão cujas notas desceram para o fundo da classe. Que afundou em um mundo de drogas e álcool por um ano, como forma de enfrentamento. A Demi de Depois não chora, nem uma única lágrima. Eu não tenho certeza se ela sabe fazê-lo. Ela não se abre sobre nada; ela não suporta a sensação de mãos porque a lembram da morte. Ela não deixa as pessoas entrarem, porque dor sempre vem junto. A visão de um piano envia-a em uma névoa vertiginosa. Seu único consolo é bater a merda para fora de sacos de areia gigantes até os nós dos dedos estarem vermelhos e os pés estarem feridos e seu corpo - mantido inteiro com incontáveis hastes de metal e pinos - parecer que vai desmoronar. Eu conheço a Demi de
Depois bem. Para melhor ou para pior, eu tenho certeza que estou presa com ela.

Mas Livie lembra da Demi de Antes e por Livie, vou tentar qualquer coisa. Eu empurro os cantos da minha boca para fora para formar um sorriso. É uma sensação estranha e, pelo estremecimento no rosto de Livie, provavelmente parece um pouco ameaçador.

— Tudo bem. — Eu vou para girar a manivela.
— Espere!
— Deus, Livie! E agora? — Eu suspiro exasperada.
— Aqui. — Ela me dá seu guarda-chuva rosa e preto de bolinhas. — Ele pode ser um assassino em série.

Agora eu inclino minha cabeça para trás e rio. Tal som estranho e raro, porque eu não faço isso muitas vezes, mas é genuíno.
— E o que devo fazer com isso? Picá-lo?
Ela encolhe os ombros. — Melhor do que socá-lo, como você quer fazer.
— Ok, ok, vamos ver com o que estamos lidando aqui. — Eu me inclino para a janela ao lado da porta e empurro a cortina, à procura de um homem grisalho com uma muito pequena t-shirt desbotada e meias pretas. Uma pequena parte de mim desperta com a ideia de que pode ser aquele cara Joe da lavanderia. Aqueles olhos ardentes invadiram meus pensamentos várias vezes sem convite ao longo dos últimos dias, e eu tive alguma dificuldade em expulsá-lo quando ele estava lá. Eu mesmo me peguei olhando para a parede adjacente entre nossos apartamentos como uma aberração, me perguntando o que ele estava fazendo. Mas a música é proveniente do outro lado de modo que não pode ser ele.
Um rabo de cavalo loiro abana para trás e para a frente do lado de fora de nossa porta em vez disso.

— Sério? — Eu ronco, atrapalhando-me com a tranca.

A Barbie está do lado de fora. Não é brincadeira. Uma barbie verdadeira de um metro e 55 centímetros, altamente bronzeada, loira, com lábios cheios e íris gigantes azuis. Eu encontro-me sem palavras, avaliando seus minúsculos shorts de algodão e a forma como o logo da “Play Boy” se distorce ao ser esticado pela sua parte da frente do top.
Aqueles definitivamente não são verdadeiros. Eles são do tamanho de balões de ar quente.

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Hey meninas,como vocês estão? A historia ainda não desenrolou muito e tambem não é comedia romantica como perdida,é um Drama romantico e eu quero saber se está agradando vocês . E em falar em perdida,eu dei altas gargalhadas com a continuação de Perdida.
Bem,pretendo voltar amanha,mais é com voces,comentem,curtam,kibem,deixem a opinião de vocês.
Um beijão 

domingo, 11 de janeiro de 2015

Dez Respirações Minusculas #3

A lavanderia do prédio sob nosso apartamento não é nada digna de se mencionar. Painéis de luzes fluorescentes lançam uma luz dura sobre o piso desbotado de concreto azul. Um perfume floral mal mascara o odor almiscarado pairando no ar. As máquinas tem pelo menos 15 anos de idade, e provavelmente vão fazer mais dano do que bem para nossas roupas. Mas não há uma teia de aranha ou um pedaço de tecido em qualquer lugar.

Enfio todos os nossos lençóis e cobertores em duas máquinas, xingando o mundo por nos fazer dormir em camas de segunda mão, em primeiro lugar. Comprarei roupas novas de cama com o meu primeiro salário, prometo a mim mesma. Despejando uma mistura de água sanitária e detergente lá dentro, eu escolho a configuração de água mais quente, desejando que fosse rotulada, “ferver o inferno fora de qualquer organismo vivo.” Isso me faria sentir muito melhor.

As máquinas precisam de seis quartos de dólar por carga. Eu odeio máquinas de lavar pagas. Mais cedo, Livie e eu abordamos estranhos no shopping com as nossas moedas de dez centavos de dólar e de cinco centavos, pedindo para trocarem por moedas de um quarto de dólar. Eu tenho exatamente o suficiente em minha carteira, percebo quando começo a encaixá-las em suas ranhuras designadas.

— Alguma máquina gratuita? — Uma profunda voz masculina pergunta diretamente atrás de mim, me surpreendendo o suficiente para que eu gritasse e jogasse os últimos três quartos de dólar no ar. Felizmente, eu tenho reflexos de gato e pego duas moedas no ar. Meus olhos se colam na última, uma vez que atinge o solo e rola debaixo da máquina de lavar. Caindo para as minhas mãos e joelhos, eu mergulho atrás dela.

Mas sou demasiado lenta.

— Droga! — O lado do meu rosto bate contra o pavimento frio enquanto eu olho sob a máquina, em busca de um brilho prateado. Meus dedos podem caber debaixo...
— Eu não faria isso se fosse você.
— Ah, é? — Agora eu estou puta. Quem se esgueira perto de uma mulher em uma lavanderia no subsolo, que não seja um psicopata ou um estuprador? Talvez ele seja um dos dois. Talvez eu deveria estar tremendo em minhas sandálias agora. Eu não estou, embora. Não me assusto facilmente e, francamente, eu estou muito malditamente irritada agora para ser outra coisa. Deixa ele tentar me atacar. Ele vai levar o maior susto de sua vida.
— Por que? — Forço-me a dizer por entre os dentes, tentando manter a calma.

Mantenha a paz, Tanner nos avisou. Sem dúvida, ele sentiu algo sobre mim.

— Porque nós estamos em uma lavanderia fria e úmida em um subterrâneo em Miami. Coisas de oito patas e coisas que escorregam e rastejam escondem-se em lugares como este.

Eu recuo enquanto luto contra o arrepio que corre pelo meu corpo, imaginando minha mão emergindo de baixo com um quarto de dólar e uma cobra de bônus. Poucas coisas me assustam. Olhos redondos e um corpo contorcido é uma delas.

— Engraçado, eu ouvi que coisas assustadoras de duas pernas se escondem nesses lugares também. Eles são chamados de Aberrações. Uma praga, pode-se dizer. — Inclinando-me muito mais em meus shorts curtos pretos, ele tem que estar recebendo uma bela vista da minha bunda agora mesmo. Vá em frente, pervertido. Aprecie porque isso é tudo o que você está recebendo. E se eu sentir sequer um toque contra a minha pele, vou te quebrar ambos os joelhos.

Ele responde com uma gargalhada gutural.

— Bem jogado. Que tal você se levantar? —

Os cabelos do meu pescoço arrepiam com suas palavras. Há algo decididamente sexual em seu tom. Eu ouço o som de metal contra metal ao mesmo tempo que ele acrescenta:

— Esta aberração tem um quarto de dólar extra.
— Bem, então, você é meu tipo favorito de... — Eu começo a dizer, alcançando o topo da máquina quando estou prestes a enfrentar esse idiota cara a cara. É claro que a garrafa aberta de detergente está logo ali. É claro que minha mão a derruba. Claro que escorre por toda a máquina e pelo chão.
— Droga! — Eu xingo, caindo de joelhos novamente, enquanto assisto a poça pegajosa de sabão verde em toda parte. — Tanner vai expulsar-me.

A voz da Aberração fica mais baixa.

— O que você faria para comprar o meu silêncio? — Passos se aproximam.

Por instinto, eu ajusto a minha posição para que possa deslocar a sua articulação com um chute e fazê-lo desmoronar em agonia, assim como eu havia aprendido em minhas sessões de luta. Minha coluna arde quando um lençol branco desce para cobrir o chão na minha frente. Chupando uma respiração, eu espero pacientemente enquanto a Aberração passa ao meu lado esquerdo e se agacha.

O ar deixa os meus pulmões em uma rajada, e eu fico olhando para um par de covinhas profundas e os olhos mais castanhos que eu alguma vez vi - anéis de cobalto com uma luz que não sei definir a cor no interior. Eu olho para ele boquiaberta. Têm manchas turquesa no interior? Sim! Meu Deus! O piso azul, as máquinas enferrujadas, as paredes, tudo ao meu redor desaparece sob o peso de seu olhar enquanto ele me tira do meu ‘casaco protetor de vadia’8, arrancando-o do meu corpo, deixando-me nua e vulnerável em segundos.

— Nós podemos absorvê-lo com isso. Eu precisava de detergente de qualquer maneira. — Ele murmura com um sorriso de menino divertido enquanto arrasta o lençol saturando-o com o líquido derramado.
— Espere, você não tem que... — A minha voz desaparece, a fraqueza me dando náuseas. De repente eu estou me sentindo muito culpada por rotulá-lo de aberração. Ele não pode ser um canalha. É demasiado bonito e agradável. Eu sou a idiota jogando quartos de dólar em todo o lugar e agora ele está limpando o meu detergente deste chão sujo com seus lençóis para me ajudar!

Eu não consigo formar palavras. Não enquanto estou encarando os antebraços definidos do Não-Aberração, sentindo uma onda de calor em meu baixo ventre. Em uma camisa de botões com as mangas arregaçadas e os botões superiores abertos, ele está expondo a parte superior de um corpo assassino para mim.

— Vendo algo que lhe interessa? — Pergunta ele, seu sarcasmo levando meus olhos de volta para o seu rosto sorridente, o sangue correndo para meu rosto. Maldito cara. Ele parece mudar de Bom Samaritano para Tentador Malvado com cada nova frase que sai de sua boca. Pior, ele me pegou cobiçando seu corpo. Eu! Cobiçando! Estou em torno de corpos de primeira classe todos os dias na academia e eles não me intimidam. De alguma forma, eu não sou imune a ele.

— Eu me mudei há pouco. Apartamento 1D. Meu nome é Joe. — Ele olha para mim debaixo de impossivelmente longos cílios, seu cabelo castanho-dourado emoldurando seu rosto lindamente.
— Demi. — Eu forço para fora. Então, esse cara é o novo inquilino, nosso vizinho. Ele vive do outro lado da parede da minha sala de estar! Gah!
— Demi. — Ele repete. Eu amo a forma de seus lábios quando ele diz meu nome. Minha atenção se prende ali, olhando para aquela boca, para seu conjunto de dentes perfeitamente retos e brancos, até que eu sinto a minha cara explodir com uma terceira onda de calor. Porra! Demetria Cleary não cora para ninguém!
— Eu apertaria sua mão, Demi, mas... — Joe diz com um sorriso maroto, segurando as palmas cobertas de detergente.

Aí. É isso. A ideia de tocar aquelas mãos me dá um tapa na bochecha, quebrando qualquer neblina temporária com que este homem Joe me confundiu, me empurrando de volta para a realidade. Eu posso pensar em linha reta novamente. Com uma inspiração profunda, eu me esforço para reativar o meu escudo, para formar uma barreira desta criatura divina, para acabar com toda a reação a ele para que possa apenas viver minha vida e mantê-la livre de seus problemas. É muito mais fácil. E isso é tudo o que isso é,Demi. Uma reação. Uma reação estranha, atípica por causa de um cara. Um cara incrivelmente quente, mas, no final, nada com que você queira se misturar.

— Obrigado pelo quarto de dólar. — Eu digo friamente, ficando de pé e deslizando a moeda oferecida na ranhura. Eu inicio a máquina de lavar.

— É o mínimo que eu poderia fazer por assustar você como fiz. — Ele levanta e empurra suas fichas na máquina ao lado da minha. — Se Tanner disser qualquer coisa, eu vou dizer a ele que eu fiz. É parcialmente culpa minha de qualquer maneira.
— Parcialmente?

Ele ri enquanto balança a cabeça. Estamos de pé perto agora, tão perto que nossos ombros quase se tocam. Muito perto.

Dou alguns passos para trás para me dar espaço. Eu acabo olhando para suas costas, admirando como a camisa azul xadrez se estende por seus ombros largos, como seus jeans azuis escuros se encaixam perfeitamente no seu traseiro.

Ele para o que está fazendo para olhar por cima do ombro, os olhos brilhantes nivelando-me com um olhar que me faz querer fazer coisas para ele, por ele, com ele. Sua atenção se arrasta para baixo no comprimento do meu corpo, sem vergonha. Esse cara é uma contradição. Um segundo doce, o próximo segundo descarado. Uma alucinante e quente contradição. Uma sirene de alerta dispara na minha cabeça. Eu prometi a Livie que os casos aleatórios de uma noite iriam parar. E eles pararam. Por dois anos, eu não dei qualquer atenção para nenhum cara. Agora, aqui estou eu, no primeiro dia em nossa nova vida, e eu estou pronta para cavalgar nesse cara na máquina de lavar.
De repente, estou me contorcendo em minha própria pele, desconfortável. Respire, Demi, eu ouço a voz da minha mãe na minha cabeça. Conte até dez, Dem. Dez respirações minúsculas. Como de costume, o seu conselho não me ajuda porque não faz sentido. Tudo o que faz sentido é ficar longe dessa armadilha de duas pernas. Imediatamente.

Recuo em direção à porta.
Eu não quero esses pensamentos. Eu não preciso deles.

— Então, onde você está...?

Subo as escadas para a segurança antes de ouvir Joe terminar sua frase. Não é até que eu estou acima do solo que procuro uma respiração. Encosto-me na parede e fecho os olhos, acolhendo esse casaco protetor de volta quando ele desliza sobre a minha pele, e traz de volta o controle do meu corpo.

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Hey meninas,to meio Bleh com só um comentario,mais vamos pra frente,To muito apressada hoje,então to não vou falar muito. Comentem,Curtam,Kibem,nos vemos amanha ou terça.
Beijos 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Dez Respirações Minusculas #2

Felizmente, Sloth curva os lábios para cima. — Trate-me por Tanner. Por aqui.

Livie e eu compartilhamos um olhar chocado. Sloth é o nosso novo senhorio? Com um barulho alto e um rangido, ele nos introduz através do portão. Quase como um pensamento tardio, ele se vira para mim e estende a mão.

Eu congelo, olhando para os dedos carnudos, mas não me movo para pegá-los.

Como não estou preparada para isso?

Livie habilmente entra em ação e agarra-os com um sorriso, e eu recuo alguns passos para que não haja nenhuma ilusão de que eu vou tocar na mão desse cara. Ou a mão de alguém. Livie é ótima em me salvar.
Se Tanner percebe a manobra, ele não diz nada, nos leva através de um pátio com arbustos e plantas desidratadas circundando em torno de um hibachi enferrujado.

— Essa aqui é a área comum. — Ele acena sua mão com desdém. — Se você quer grelhar, bronzear, relaxar, que seja, esse aqui é o lugar. —

Eu analiso os cardos de vários metros de altura e flores ressecadas ao longo das fronteiras e me pergunto
quantas pessoas realmente acham este espaço relaxante. Poderia ser bom, se alguém cuidasse dele.

— Deve haver uma lua cheia ou algo. — Murmura Tanner enquanto o seguimos em direção a uma fileira de portas vermelhas escuras. Cada uma tem uma pequena janela ao lado e todos os três andares são idênticos.

— Ah, é? Por que isso?
— Você tem o segundo apartamento que eu aluguei na semana passada através de e-mail. Mesma situação - desesperado por um lugar, não queria esperar, vai pagar em dinheiro. Estranho. Eu acho que todos têm alguma coisa do que fugir.

Bem. Que tal isso? Talvez Tanner seja mais esperto do que seu irmão gêmeo do filme.

— Este aqui chegou esta manhã. — Ele aponta um dedo curto e grosso para o apartamento 1D antes de nos levar para o apartamento ao lado com um sinal dourado de '1C'. Seu enorme conjunto de chaves chacoalha enquanto ele procura por uma em particular.

 — Agora, eu vou te dizer o que eu digo a todos os meus inquilinos. Eu só tenho uma regra, mas é para ser respeitada. Mantenha a paz! Nada de dar festas selvagens com drogas e orgias...
— Desculpe, você pode especificar - o que qualifica como uma orgia no Estado da Flórida? Trios pode ser? E se sexo oral estiver envolvido, porque você sabe... — Eu interrompo, ganhando uma pausa e uma carranca de Tanner e um soco afiado na omoplata de Livie.

Depois de limpar a garganta, ele continua como se eu não tivesse falado.

— Não há rixas, de família nem de qualquer outra coisa. Eu não tenho paciência para essa porcaria e eu vou expulsá-las mais rápido do que vocês podem mentir para mim. Entendeu?

Concordo com a cabeça e mordo minha língua, lutando contra a vontade de cantarolar a música do Family Feud enquanto Tanner abre a porta.

— Limpo e pintado por mim mesmo. Não é novo, mas deve dar-lhe o que você pediu.

O apartamento é pequeno e parcamente mobiliado, com uma área de cozinha verde e branca de azulejos que reveste a parede traseira. As paredes brancas só destacam mais o horrível sofá floral rosa-queimado e laranja. Um tapete verde floresta barato e um ligeiro aroma de naftalina completam bem a aparência lixo branco dos anos setenta. Mais importante, não é nada como a foto no anúncio. Surpresa, surpresa. Tanner arranha a parte de trás da sua cabeça grisalha.

 — Não há muito nele, eu sei. Há mais dois quartos e há um banheiro entre eles. Coloquei uma nova privada no ano passado, então... — Seu olhar assimétrico desliza para mim. — Se isso é tudo...

Ele quer seu dinheiro. Com um sorriso apertado, eu chego no bolso da frente da minha mochila e deslizo para fora um envelope grosso. Livie aventura-se mais longe pelo apartamento, enquanto eu lhe pago. Tanner a vê ir, mordendo o lábio como se quisesse dizer alguma coisa.

 — Ela parece um pouco jovem para estar fora por conta própria. Seus pais sabem que vocês duas estão aqui?
— Nossos pais estão mortos. — Sai tão duro como eu pretendo e funciona. Cuide da sua própria vida, Tanner.

Seu rosto fica pálido.
— Oh, hum, sinto muito em ouvir isso. — Ficamos desconfortáveis por uns três segundos. Cruzo as mãos sob as axilas, deixando claro que não tenho intenção de sacudir quaisquer mãos. Quando ele gira sobre os calcanhares e se dirige para fora da porta, eu libero um pequeno suspiro. Ele está ansioso para ficar longe de mim, também.

Por cima do ombro, ele grita:

— A lavanderia é no subsolo. Eu limpo uma vez por semana e espero que todos os inquilinos ajudem a mantê-la arrumada. Estou no 3F se você precisar de alguma coisa. — Ele desaparece, deixando a chave na fechadura.

Encontro Livie investigando o armário de remédios em um banheiro feito para hobbits. Eu tento entrar, mas não há espaço suficiente para nós duas.

 — Privada nova.Chuveiro velho e repulsivo. — Murmuro, meu pé traçando o chão sujo e rachado de ladrilhos.
— Vou pegar este quarto. — Livie oferece, passando apertada por mim e dirigindo-se para o quarto do lado direito. Está vazio, exceto por uma cômoda e uma cama de solteiro com uma coberta de malha cor pêssego espalhada sobre ela. Barras pretas alinham a única janela que está virada para o exterior do edifício.

— Você tem certeza? É pequeno. — Eu sei sem olhar para o outro quarto que este é o menor dos dois.

Assim é Livie. Altruísta.

— Sim. Está tudo bem. Eu gosto de espaços pequenos. — Ela sorri. Ela está tentando fazer o melhor da situação, eu posso dizer.

— Bem, quando nós organizarmos essas festas durante toda a noite, você não será capaz de colocar mais do que três rapazes aqui ao mesmo tempo. Percebe isso, certo?

Livie joga um travesseiro em mim.

— Engraçada.

Meu quarto é semelhante, exceto que é um pouco maior e tem uma cama de casal com um cobertor de malha verde feio. Eu suspiro, meu nariz amassando com a decepção.

— Desculpe, Livie. Este lugar não parece em nada com o anúncio. Droga de Tanner e sua propaganda enganosa. — Eu inclino minha cabeça.

— Me pergunto se nós podemos processá-lo.

Livie bufa.

— Não é tão ruim, .
— Você diz isso agora, mas quando estivermos lutando com as baratas pelo nosso pão...
—Você? Lutando? Grande choque.

Eu rio. Poucas coisas me fazem rir mais. Livie, tentando ser sarcástica é uma delas. Ela tenta soar indiferente e legal. Mas acaba soando como um desses locutores de rádio que fazem uma interpretação dramática de um mistério de assassinato de queijo.

— Este lugar é uma porcaria, Livie. Admita. Mas estamos aqui e é tudo o que podemos pagar agora. Miami é malditamente cara.

Sua mão desliza na minha e eu a aperto. É a única que eu posso lidar com tocar. É a única que não parece morta. Às vezes tenho dificuldade em soltá-la.

 — É perfeito, Demi. Só um pouco pequeno e mofado e verde, mas não estamos tão longe da praia! Isso é
realmente o que queríamos, certo? — Livie estica os braços acima da cabeça e geme. — Então, e agora?
— Bem, para começar, vamos te matricular no ensino médio esta tarde, de modo que o seu grande cérebro não encolha. — Eu digo, abrindo minha mala para esvaziar seu conteúdo. — Afinal de contas, quando você estiver fazendo um trilhão de dólares e curando o câncer, você vai precisar enviar dinheiro para mim. — Procuro através de minhas roupas. — Eu preciso me matricular em uma academia. Então eu vou ver quanto Spam e milho cremoso consigo comprar por uma hora do meu corpo suado e quente na esquina. — Livie balança a cabeça. Às vezes, ela não aprecia meu senso de humor. Às vezes eu acho que ela se pergunta se estou falando sério. Me inclino e empurro as cobertas da minha cama. — E eu definitivamente preciso limpar este lugar inteiro com água sanitária.

***

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Hey meninas,como ces tão? espero que bem,eu ando com uns probleminhas ai,mais nada que o tempo não resolva,como estamos indo de fic? Estão gostando? Deixem a opinião de voces ta? 
Um beijão 

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Dez Respirações Minuscula #1

Fase Um
Confortavelmente
Dormente

Um silvo suave... meu coração batendo em meus ouvidos. Eu não ouço mais nada. Tenho certeza de que minha boca está se movendo, chamando seus nomes... Mãe?... Pai?... mas eu não posso ouvir a minha voz. Pior, eu não posso ouvir a deles. Eu me viro para a minha direita e vejo a silhueta de Jenny, mas seus membros parecem estranhos e não naturais e ela está pressionada contra mim. A porta do carro à sua frente está mais perto do que deveria estar. Jenny? Eu tenho certeza que eu digo. Ela não responde. Eu me viro para a esquerda para ver apenas escuridão. Muito escuro para ver Billy, mas eu sei que ele está lá porque eu posso sentir sua mão. É grande e forte e envolve os dedos. Mas não está se movendo... eu tento apertá-la, mas não consigo flexionar os meus músculos. Eu não posso fazer nada além de virar a cabeça e ouvir o meu coração bater como uma bigorna contra o meu peito pelo que parece uma eternidade.

Luzes fracas... vozes...

Eu os vejo. Eu os ouço. Eles estão por toda parte, se aproximando. Eu abro a boca para gritar, mas não consigo encontrar a energia necessária. As vozes ficam mais altas, as luzes mais brilhantes. Um suspiro débil coloca meus cabelos em pé. Como uma pessoa que luta por seu último suspiro.
Eu ouço um estalo alto, como alguém puxando alavancas de luz de palco; luz de repente se derrama de todos os ângulos, iluminando o carro com poder ofuscante.

O para-brisa quebrado.
O metal retorcido.
Manchas escuras.
Piscinas líquidas.
Sangue. Em todos os lugares.

Tudo desaparece de repente e eu estou caindo para trás, batendo na água fria, afundando ainda mais na escuridão, pegando velocidade enquanto o peso de um oceano me engole toda. Abro minha boca para procurar ar. Água fria suficiente para encher meus pulmões me cumprimenta com pressa, enchendo-me por dentro. A pressão em meu peito é insuportável. Está pronto para explodir. Eu não consigo respirar... Eu não consigo respirar. Respirações minúsculas, ouço minha mãe instruir, mas não posso fazê-lo. Eu não consigo nem uma sequer. Meu corpo está tremendo... tremendo... tremendo...

— Acorda, querida.

Meus olhos se abrem para encontrar um desbotado encosto de cabeça na minha frente. Leva-me um momento para perceber onde estou, para acalmar meu coração acelerado.

— Você estava arfando por ar de forma feroz. — Diz a voz.

Me viro para encontrar uma senhora encurvada no corredor, preocupação em seu rosto profundamente enrugado, seus dedos velhos e tortos no meu ombro. Meu corpo se enrola em si mesmo antes que eu possa parar a resposta instintiva ao seu toque.
Ela retira a mão, com um sorriso gentil. — Desculpe, querida. Apenas pensei que você deveria ser acordada.

Engulo e consigo coaxar: — Obrigada.

Ela acena com a cabeça e se move para tomar seu assento no ônibus. — Deve ter sido algum tipo de pesadelo.
— Sim. — Eu respondo, minha habitual voz calma e vaga retorna. — Mal posso esperar para acordar.

***

— Nós estamos aqui. — Eu dou uma agitada suave no braço de Livie. Ela resmunga e fuça a cabeça contra a janela. Eu não sei como ela consegue dormir assim, mas ela conseguiu, roncando suavemente pelas últimas seis horas. Um fio de baba seco escorre pelo seu queixo. Super atraente. — Livie. — Eu chamo de novo com uma borda impaciente no meu tom. Eu preciso sair desta lata. Agora.

Eu recebo um aceno desajeitado de sua mão e um lábio fazendo beicinho que diz claramente ‘não me incomode, eu estou dormindo’.

— Olivia Cleary! — Eu estalo enquanto os passageiros se apressam através dos compartimentos superiores e recolhem seus pertences.
— Vamos lá. Eu tenho que sair daqui antes que eu perca a minha cabeça! — Eu não tinha intenção de vociferar, mas não consigo evitar. Não me dou bem com espaços confinados. Depois de 22 horas neste maldito ônibus, puxar a escotilha de emergência e pular pela janela soa atraente.

Minhas palavras finalmente afundam nela. Os olhos de Livie tremem abertos e íris azuis semi aturdidas olham para fora no terminal de ônibus de Miami por um momento.

 — Nós conseguimos? — Ela pergunta por meio de um bocejo, sentando-se para se esticar e apontar a paisagem. — Oh, olha! Uma palmeira!

Eu já estou de pé no corredor, preparando nossas mochilas.

— Oba, palmeiras! Vamos, vamos. A menos que você queira passar mais um dia voltando para Michigan. — Essa ideia coloca seu corpo em movimento.

No momento em que saímos do ônibus, o motorista já tinha descarregado as bagagens pesadas do ônibus. Eu rapidamente encontro nossas malas cor de rosa choque a combinar. Nossas vidas, todos os nossos pertences, foram reduzidos a uma mala cada uma. É tudo o que consegui juntar em nossa fuga da casa de tio Raymond e da tia Darla. Não importa, eu digo a mim mesma enquanto jogo um braço sobre os ombros de minha irmã em um abraço de lado. Temos uma à outra. Isso é tudo o que importa.

— Está quente como o inferno! — Livie exclama, ao mesmo tempo que eu sinto uma gota de suor deslizar pelas minhas costas. É no final da manhã e o sol já brilha sobre nós como uma bola de fogo no céu. Tão diferente do frio do outono que estava quando saímos de Grand Rapids. Ela tira o casaco com capuz vermelho, ganhando uma série de vaias de um grupo de rapazes em skates, ignorando o sinal de “não entre” na parte do estacionamento coberto.

— Pegando já, Livie? — Eu provoco.

Suas bochechas explodem com a cor rosa ao mesmo tempo que ela recua, se escondendo atrás de um pilar de concreto, fora da vista. — Você percebe que você não é um camaleão, certo?... Oh! O de camisa vermelha está vindo aqui agora. — Eu estico meu pescoço com expectativa em direção ao grupo.

Os olhos de Livie ficam amplos de terror por um segundo antes de ela perceber que eu estou apenas brincando.

— Cale-se, Demetria! — Ela sussurra, batendo no meu ombro. Livie não suporta ser o centro das atenções para qualquer cara. O fato de que ela se transformou em um gata de cabelo negro no último ano não a tem ajudado a evitar isso.

Eu sorrio enquanto a observo atrapalhar-se com seu suéter. Ela não tem ideia de como é impressionante, e eu estou bem com isso, tendo em conta que vou ser sua tutora.

— Fique à nora, Livie. Minha vida será muito mais fácil se você for indiferente pelos próximos, digamos, cinco anos.

Ela revira os olhos. — Ok, Miss Sports Illustrated1.

— Ha! — Na verdade, parte da atenção daqueles babacas provavelmente é dirigida a mim. Dois anos de intenso kick-boxing me deram um corpo muito definido. Que, combinado com meu cabelo castanho profundo e olhos azuis claros, atrai um monte de atenção indesejada.

Livie é uma versão de quinze anos de mim. Mesmos olhos escuros, mesmo nariz, mesmo tom de pele Só há uma grande diferença, e essa é a cor do nosso cabelo. Se você colocar toalhas sobre o nosso cabelo, você pensaria que éramos gêmeas. Ela recebeu uma cor loira brilhante de nossa mãe. Ela também alguns  centímetros mais alta do que eu, mesmo eu sendo cinco anos mais velha.

Sim, ao olhar para nós, qualquer um com metade de um cérebro pode dizer que somos irmãs. Mas é aí que acabam nossas semelhanças. Livie é um anjo. Ela vai às lágrimas quando as crianças choram, ela pede desculpas quando alguém colide com ela, ela é voluntária em cozinhas de sopa e bibliotecas. Ela inventa desculpas para as pessoas quando elas fazem coisas estúpidas. Se ela tivesse idade suficiente para dirigir, ela pisaria no freio para salvar até grilos. Eu sou... eu não sou Livie. Eu poderia ter sido mais parecida
com ela antes. Mas não agora. Se eu sou uma nuvem de tempestade se aproximando, ela é a luz do sol irrompendo.

— Demi! — Viro-me para encontrar Livie segurando a porta aberta de um taxi, suas sobrancelhas levantadas.
— Eu ouvi que procurar no lixo por comida não é tão divertido quanto parece.

Ela bate a porta do táxi com força, seu rosto ficando carrancudo.

— Outro ônibus então. — Ela dá um puxão irritado em sua mala sobre o meio-fio.
— Sério? Cinco minutos em Miami e você já está começando com a atitude? Você quer comer lixo, Livie? Eu só tenho dinheiro suficiente na minha carteira para sobrevivermos até domingo. — Tiro a minha carteira para ela inspecionar.

Ela fica ruborizada

. — Desculpe, Dem. Você está certa. Eu estou apenas em um dia ruim.

Suspiro e imediatamente me sinto mal por ter falado assim com ela. Livie não tem um osso de atitude em seu corpo. Sim, nós brigamos, mas eu sou sempre a culpada e eu sei disso. Livie é uma boa garota. Ela sempre foi uma boa garota. Certinha, com bom temperamento. Mamãe e papai nunca tiveram de lhe dizer nada duas vezes. Quando morreram e a irmã de mamãe nos levou, Livie se esforçou ao máximo para ser uma garota ainda melhor. Eu fui na direção oposta. Difícil.

— Vamos, por aqui. — Eu entrelaço o braço com o dela e aperto-a enquanto desdobro o pedaço de papel com o endereço. Depois de uma conversa longa e trabalhosa com o homem idoso atrás da divisória de vidro - completo com um jogo de charadas e um diagrama de lápis sobre um mapa da cidade circulando três caminhos - estamos em um ônibus da cidade e espero que não estejamos a caminho do Alasca.
Estou grata, porque estou muito cansada. Além do meu cochilo de vinte minutos no ônibus, eu não dormi nada em 36 horas. Estou cansada e preocupada e eu prefiro viajar em silêncio, mas as mãos inquietas de Livie em seu colo matam essa ideia rapidamente.

— O que é, Livie?

Ela hesita, franzindo a testa.

— Livie...
— Você acha que a tia Darla chamou a polícia?

Alcanço seu joelho e aperto de forma tranquilizadora. — Não se preocupe com isso. Nós vamos ficar bem. Eles não vão nos encontrar e se encontrarem, a polícia vai ouvir o que aconteceu.
— Mas ele não fez nada,Dem. Ele provavelmente estava bêbado demais para saber qual era o seu quarto.

Eu a encaro

— Não fez nada? Você se esqueceu sobre a ereção repugnante que aquele velho empurrou contra sua coxa?

Livie franze a boca como se estivesse prestes a vomitar.

— Ele não fez nada, porque você saiu correndo de lá e veio para o meu quarto. Não defenda aquele idiota. — Eu tinha visto as olhadas que o tio Raymond dava em Livie enquanto ela amadurecia ao longo do ano passado. Livie era doce e inocente. Eu esmagaria suas bolas se ele pisasse dentro do meu quarto e ele sabia disso. Livie porém...

— Bem, eu só espero que eles não venham nos pegar e nos levar de volta.

Balanço minha cabeça.

— Isso não vai acontecer. Eu sou sua guardiã agora, e eu não me importo com a papelada legal estúpida. Você não está saindo do meu lado. Além disso, a tia Darla odeia Miami, lembra? — Ódio é um eufemismo. Tia Darla é uma cristã entusiasta, que passa todo o seu tempo livre rezando e se assegurando que todo mundo está rezando ou sabendo que devemos orar para evitar o inferno, sífilis e gravidez não planejada. Ela tem a certeza de que as grandes cidades são o terreno fértil para todo o mal no mundo. Dizer que ela é fanática seria um eufemismo. Ela não virá para Miami, a menos que o próprio Jesus esteja dando uma convenção.

Livie acena com a cabeça. Ela abaixa a voz para um sussurro.

— Você acha que o tio Raymond descobriu o que aconteceu? Poderíamos entrar em apuros por isso.

Eu dou de ombros. — Você se importa se ele descobrir? —

 Parte de mim desejava ter ignorado o pedido de Livie sobre não chamar a polícia sobre a pequena “visita” de tio Raymond no quarto dela. Mas Livie não queria lidar com relatórios policiais e advogados e Ajuda de Crianças e nós teríamos tido certamente que lidar com todos eles. Talvez até mesmo as notícias locais. Nenhuma de nós queria isso. Nós tivemos o suficiente disso após o acidente. Quem sabe o que eles fariam com Livie, já que ela é menor de idade? Provavelmente ela ficaria em um orfanato. Eles não dariam ela para mim. Eu fui classificada como “instável” em muitos relatórios profissionais para me confiarem a vida de alguém.

Então Livie e eu fechamos um acordo. Eu não iria denunciá-lo, se ela partisse comigo. Ontem à noite acabou por ser a noite perfeita para fugir. Tia Darla estava afastada em um retiro religioso toda a noite então eu esmaguei três comprimidos para dormir e os joguei na cerveja do tio Raymond, depois do jantar. Eu não posso acreditar que o idiota pegou o copo que eu preparei e entreguei para ele tão docemente. Eu não disse 10 palavras para ele nos últimos dois anos, desde que descobri que ele perdeu a nossa herança em uma mesa de Black Jack. Ele não percebeu a decepção, porém. Às sete horas, ele estava deitado e roncando no sofá, dando-nos tempo suficiente para pegar as malas, limpar a carteira e a caixa de dinheiro secreta da tia Darla debaixo da pia, e pegar o ônibus naquela noite. Talvez drogá-lo e roubar seu dinheiro tenha sido um pouco excessivo. Então, novamente, talvez o tio Raymond não deveria ter ficado todo pedófilo assustador.

— Um-vinte-e-quatro. — Eu li os números no edifício em voz alta. — É isso. — Isso é real. Estamos lado a lado na calçada do lado de fora do nosso novo lar - um edifício de apartamentos de três andares na Unidade de Jackson com paredes de estuque branco e janelas pequenas. É um lugar de aparência elegante, com uma aparência de casa de praia, embora nós estamos há meia hora de distância da praia. Se eu inalar profundamente, quase posso pegar um cheiro de protetor solar e algas.

Livie passa a mão através de sua juba selvagem escura.

 — Onde você encontrou este lugar, de novo?
— www.desesperadaporumapartamento.com?— Eu brinco. Após Livie invadir meu quarto em lágrimas naquela noite, eu sabia que precisávamos sair de Grand Rapids. Uma pesquisa na Internet levou à outra e logo eu estava enviando um email ao proprietário, oferecendo-lhe seis meses de aluguel em dinheiro. Dois anos de servir café no Starbucks perdidos.

E vale a pena cada gota de café derramada.

Subimos as escadas e caminhamos até um arco com portão.

— A imagem com o anúncio parecia ótima. — Eu digo enquanto agarro e puxo a maçaneta do portão para descobrir que ela está trancada. — Boa segurança.

— Aqui. — Livie aperta a campainha redonda e rachada à direita. Não faz nenhum som e eu tenho certeza que ela está quebrada. Eu reprimo um bocejo enquanto esperamos por alguém passar.

Três minutos depois, minhas mãos estão em concha em volta da minha boca e eu estou prestes a gritar o nome do senhorio quando ouço sapatos arrastando no concreto. Um homem de meia-idade, com roupas amarrotadas e um rosto que parece desalinhado aparece. Seus olhos são desiguais, ele é principalmente careca, e eu juro que uma orelha é maior que a outra. Ele me lembra do Sloth daquele filme dos anos oitenta que meu pai nos fazia assistir, Goonies. Um clássico, meu pai costumava dizer.

Sloth coça a barriga saliente e não diz nada. Aposto que ele é tão inteligente quanto seu gêmeo do filme.

— Oi, eu sou Demetria Cleary. — Me apresento. — Nós estamos procurando pelo Sr. Tanner. Nós somos as novas locatárias de Michigan. — Seu olhar astuto gruda em mim por um tempo, me avaliando. Eu silenciosamente me elogio por vestir jeans para cobrir a tatuagem considerável na minha coxa, caso ele ousasse me julgar pela minha aparência.

Seu foco então muda para Livie, onde fica por demasiado tempo para o meu gosto.

— Você moças são irmãs?
— Nossas malas combinando deram a pista? —

 Eu respondo antes que eu possa parar. Entre nos portões antes de deixá-los saber o quanto você pode ser espertinha, Demi
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Espero que gostem do primeiro capitulo,no começo voces podem achar chato mais ela fica boa logo logo,garanto a vocês,bem,curtam,comentem,deixem a opinião de vocês. E muito importante pra mim. E eu lembro muito qual segredo do Joe,mais é algo que vai abalar a confiança e o futuro do possivel casal,e outra o final do dois não é um final certo,onde podemos dizer que vão ficar juntos. É realmente um grande livro. Quero fazer uma maratona ate pelo menos o decimo capitulo,mais depende de vocês claro. Então é isso,quem quiser maratona,comenta aqui e começamos hoje mesmo.
Um grande beijo