Páginas

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Dez Respirações Minusculas #2

Felizmente, Sloth curva os lábios para cima. — Trate-me por Tanner. Por aqui.

Livie e eu compartilhamos um olhar chocado. Sloth é o nosso novo senhorio? Com um barulho alto e um rangido, ele nos introduz através do portão. Quase como um pensamento tardio, ele se vira para mim e estende a mão.

Eu congelo, olhando para os dedos carnudos, mas não me movo para pegá-los.

Como não estou preparada para isso?

Livie habilmente entra em ação e agarra-os com um sorriso, e eu recuo alguns passos para que não haja nenhuma ilusão de que eu vou tocar na mão desse cara. Ou a mão de alguém. Livie é ótima em me salvar.
Se Tanner percebe a manobra, ele não diz nada, nos leva através de um pátio com arbustos e plantas desidratadas circundando em torno de um hibachi enferrujado.

— Essa aqui é a área comum. — Ele acena sua mão com desdém. — Se você quer grelhar, bronzear, relaxar, que seja, esse aqui é o lugar. —

Eu analiso os cardos de vários metros de altura e flores ressecadas ao longo das fronteiras e me pergunto
quantas pessoas realmente acham este espaço relaxante. Poderia ser bom, se alguém cuidasse dele.

— Deve haver uma lua cheia ou algo. — Murmura Tanner enquanto o seguimos em direção a uma fileira de portas vermelhas escuras. Cada uma tem uma pequena janela ao lado e todos os três andares são idênticos.

— Ah, é? Por que isso?
— Você tem o segundo apartamento que eu aluguei na semana passada através de e-mail. Mesma situação - desesperado por um lugar, não queria esperar, vai pagar em dinheiro. Estranho. Eu acho que todos têm alguma coisa do que fugir.

Bem. Que tal isso? Talvez Tanner seja mais esperto do que seu irmão gêmeo do filme.

— Este aqui chegou esta manhã. — Ele aponta um dedo curto e grosso para o apartamento 1D antes de nos levar para o apartamento ao lado com um sinal dourado de '1C'. Seu enorme conjunto de chaves chacoalha enquanto ele procura por uma em particular.

 — Agora, eu vou te dizer o que eu digo a todos os meus inquilinos. Eu só tenho uma regra, mas é para ser respeitada. Mantenha a paz! Nada de dar festas selvagens com drogas e orgias...
— Desculpe, você pode especificar - o que qualifica como uma orgia no Estado da Flórida? Trios pode ser? E se sexo oral estiver envolvido, porque você sabe... — Eu interrompo, ganhando uma pausa e uma carranca de Tanner e um soco afiado na omoplata de Livie.

Depois de limpar a garganta, ele continua como se eu não tivesse falado.

— Não há rixas, de família nem de qualquer outra coisa. Eu não tenho paciência para essa porcaria e eu vou expulsá-las mais rápido do que vocês podem mentir para mim. Entendeu?

Concordo com a cabeça e mordo minha língua, lutando contra a vontade de cantarolar a música do Family Feud enquanto Tanner abre a porta.

— Limpo e pintado por mim mesmo. Não é novo, mas deve dar-lhe o que você pediu.

O apartamento é pequeno e parcamente mobiliado, com uma área de cozinha verde e branca de azulejos que reveste a parede traseira. As paredes brancas só destacam mais o horrível sofá floral rosa-queimado e laranja. Um tapete verde floresta barato e um ligeiro aroma de naftalina completam bem a aparência lixo branco dos anos setenta. Mais importante, não é nada como a foto no anúncio. Surpresa, surpresa. Tanner arranha a parte de trás da sua cabeça grisalha.

 — Não há muito nele, eu sei. Há mais dois quartos e há um banheiro entre eles. Coloquei uma nova privada no ano passado, então... — Seu olhar assimétrico desliza para mim. — Se isso é tudo...

Ele quer seu dinheiro. Com um sorriso apertado, eu chego no bolso da frente da minha mochila e deslizo para fora um envelope grosso. Livie aventura-se mais longe pelo apartamento, enquanto eu lhe pago. Tanner a vê ir, mordendo o lábio como se quisesse dizer alguma coisa.

 — Ela parece um pouco jovem para estar fora por conta própria. Seus pais sabem que vocês duas estão aqui?
— Nossos pais estão mortos. — Sai tão duro como eu pretendo e funciona. Cuide da sua própria vida, Tanner.

Seu rosto fica pálido.
— Oh, hum, sinto muito em ouvir isso. — Ficamos desconfortáveis por uns três segundos. Cruzo as mãos sob as axilas, deixando claro que não tenho intenção de sacudir quaisquer mãos. Quando ele gira sobre os calcanhares e se dirige para fora da porta, eu libero um pequeno suspiro. Ele está ansioso para ficar longe de mim, também.

Por cima do ombro, ele grita:

— A lavanderia é no subsolo. Eu limpo uma vez por semana e espero que todos os inquilinos ajudem a mantê-la arrumada. Estou no 3F se você precisar de alguma coisa. — Ele desaparece, deixando a chave na fechadura.

Encontro Livie investigando o armário de remédios em um banheiro feito para hobbits. Eu tento entrar, mas não há espaço suficiente para nós duas.

 — Privada nova.Chuveiro velho e repulsivo. — Murmuro, meu pé traçando o chão sujo e rachado de ladrilhos.
— Vou pegar este quarto. — Livie oferece, passando apertada por mim e dirigindo-se para o quarto do lado direito. Está vazio, exceto por uma cômoda e uma cama de solteiro com uma coberta de malha cor pêssego espalhada sobre ela. Barras pretas alinham a única janela que está virada para o exterior do edifício.

— Você tem certeza? É pequeno. — Eu sei sem olhar para o outro quarto que este é o menor dos dois.

Assim é Livie. Altruísta.

— Sim. Está tudo bem. Eu gosto de espaços pequenos. — Ela sorri. Ela está tentando fazer o melhor da situação, eu posso dizer.

— Bem, quando nós organizarmos essas festas durante toda a noite, você não será capaz de colocar mais do que três rapazes aqui ao mesmo tempo. Percebe isso, certo?

Livie joga um travesseiro em mim.

— Engraçada.

Meu quarto é semelhante, exceto que é um pouco maior e tem uma cama de casal com um cobertor de malha verde feio. Eu suspiro, meu nariz amassando com a decepção.

— Desculpe, Livie. Este lugar não parece em nada com o anúncio. Droga de Tanner e sua propaganda enganosa. — Eu inclino minha cabeça.

— Me pergunto se nós podemos processá-lo.

Livie bufa.

— Não é tão ruim, .
— Você diz isso agora, mas quando estivermos lutando com as baratas pelo nosso pão...
—Você? Lutando? Grande choque.

Eu rio. Poucas coisas me fazem rir mais. Livie, tentando ser sarcástica é uma delas. Ela tenta soar indiferente e legal. Mas acaba soando como um desses locutores de rádio que fazem uma interpretação dramática de um mistério de assassinato de queijo.

— Este lugar é uma porcaria, Livie. Admita. Mas estamos aqui e é tudo o que podemos pagar agora. Miami é malditamente cara.

Sua mão desliza na minha e eu a aperto. É a única que eu posso lidar com tocar. É a única que não parece morta. Às vezes tenho dificuldade em soltá-la.

 — É perfeito, Demi. Só um pouco pequeno e mofado e verde, mas não estamos tão longe da praia! Isso é
realmente o que queríamos, certo? — Livie estica os braços acima da cabeça e geme. — Então, e agora?
— Bem, para começar, vamos te matricular no ensino médio esta tarde, de modo que o seu grande cérebro não encolha. — Eu digo, abrindo minha mala para esvaziar seu conteúdo. — Afinal de contas, quando você estiver fazendo um trilhão de dólares e curando o câncer, você vai precisar enviar dinheiro para mim. — Procuro através de minhas roupas. — Eu preciso me matricular em uma academia. Então eu vou ver quanto Spam e milho cremoso consigo comprar por uma hora do meu corpo suado e quente na esquina. — Livie balança a cabeça. Às vezes, ela não aprecia meu senso de humor. Às vezes eu acho que ela se pergunta se estou falando sério. Me inclino e empurro as cobertas da minha cama. — E eu definitivamente preciso limpar este lugar inteiro com água sanitária.

***

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Hey meninas,como ces tão? espero que bem,eu ando com uns probleminhas ai,mais nada que o tempo não resolva,como estamos indo de fic? Estão gostando? Deixem a opinião de voces ta? 
Um beijão 

Um comentário:

  1. Adorei tudo...
    Esse negocio de propaganda enganosa e tenso viu...❤️❤️❤️
    Enfim...posta logoo viu
    Beijooss

    ResponderExcluir

Vamos comentaar?