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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Perdida #48

Queria muito acreditar que ele me amava, mas então por que não acreditou em mim? Tudo bem que eu mesma tive dificuldades para aceitar a verdade no começo mas, ainda assim, eu esperava que ele já tivesse tido provas o suficiente de que eu era diferente de tudo ali....

Fiquei sentada na cama, tentando não olhar em seus olhos. Eu sabia que, se não evitasse isso, minha resolução de ignorá-lo cairia por terra. Notei, então, que sobre a mesinha de cabeceira onde eu tinha deixado o castiçal, havia uma bacia cheia de água e um pano ensopado.

— Pra febre? — perguntei indicando com a cabeça. Joe assentiu, o rosto muito sério.

Ao lado da bacia, vi a ponta de um livro com capa de couro.

— O que é isso? — me estiquei para pegar o objeto, mas Joe foi mais rápido e o alcançou, me entregando logo em seguida.
— É um livro. Tentei usá-lo para manter-me lúcido, mas não foi de muita ajuda. Não consegui me concentrar em nada, pensei que eu fosse enlouquecer, Demi. Vê-la tão mal e ser incapaz de lhe ajudar... Foram duas noites muito longas. Mas parece que será útil afinal, já que você ficará na cama por um tempo. — seu rosto ainda estava angustiado e mesmo eu estando furiosa com ele, não pude evitar querer confortá-lo.

Olhei para a capa de couro marrom novinha... Minha boca se abriu e acabei deixando uma exclamação de surpresa escapar quando folheei algumas páginas. Era meu livro favorito Orgulho e Preconceito, em inglês, a primeira edição que eu tinha nas mãos.

— Caramba! Valeu, Joe! Isso vai me distrair. Este é meu livro favorito da Jane Austen. Meu livro favorito no mundo todo! — não pude deixar de sorrir para ele. — Já o li umas duzentas vezes. O meu já está todo estropiado.

Observei o livro sob vários ângulos, revirei várias páginas e me surpreendi com a encadernação firme e bem feita.

Seu rosto ficou cauteloso.

— Que foi? — perguntei.
— A autora deste livro não é conhecida. Ela o lançou anonimamente.
— Eu sei. Só muitos anos depois de sua morte a família resolveu dar o crédito que ela merecia.
— Como sabe disso? — perguntou desconfiado.
— Eu sei tudo sobre ela. É minha autora favorita. Este livro foi lançado em 1813, sob o pseudônimo By a Lady, assim como todos os outros. Mas como eu disse, ela ganhará notoriedade daqui a alguns anos. Na minha opinião, ela é a melhor escritora de todos os tempos!

Ele apenas me encarou.

Ah! Chega!

Levantei-me da cama rapidamente e fui até a bolsa outra vez,

— A propósito, o que é isso? — eu disse, tocando o tecido branco do vestido horroroso.
— É uma camisola de dormir. Madalena a vestiu. Ela não permitiu que eu ou Dr. Almeida fizéssemos isso.
— Ah! — dei de ombros. Estava tentando dar um gelo nele, mas quando me olhava daquele jeito, tornava tudo mais difícil!
—Toma. — estendi meu livro surrado e agora um pouco empenado por culpa da chuva. Enfiei-me na cama novamente. O remédio ainda não tinha começado a agir. — Veja você mesmo!

Ele observou a capa do livro, tão diferente da que ele acabara de me entregar. Uma fotografia de Elisabeth e Darcy. Joe abriu o livro e folheou algumas páginas. Sua boca caiu e seus olhos se abriram tanto que achei que pudesse saltar das órbitas.

— Já que você conhece a história, pode notar que está tudo aí, o Senhor Darcy, a Lizzy, Pemberley e tudo mais. E está em português, como já deve ter percebido. Acho que a primeira edição traduzida saiu em 1950, mas não tenho certeza disso. — ele observava a primeira página com atenção.
— É um livro muito bom! Sabia que em 2000 foi considerado o livro mais bem escrito de todos os tempos?

Ele não respondeu, continuava a folhear o livro com olhos incrédulos. Esperei para que pudesse colocar os pensamentos em ordem. Então era para isso que o livro me serviria! Para provar que eu não estava louca!

— É o mesmo livro? — perguntou depois de um curto silêncio, sua voz apenas um murmúrio.
— É. — concordei. Seus olhos encontraram os meus. Mas pode ser que você se contagiou com a minha loucura e começou a imaginar coisas também...

Encaramo-nos por um longo período. Eu sabia o que ele estava pensando. Mas isso é impossível! Da mesma forma que eu pensei quando cheguei ali e percebi que ele não estava brincando quando me disse que estávamos no século dezenove.

— Mas... — ele começou, porém, não continuou. O choque tão evidente em seu rosto o impediu de falar.
— Eu sei. Também não entendo como é possível, mas eu estou aqui!

Ele ergueu uma mão, hesitante, e, dessa vez, não me afastei. Seus dedos quentes tocaram suavemente a lateral do meu rosto. Inclinei a cabeça, incapaz de resistir à sua carícia.

— Mas você é real! — ele exclamou, a voz intensa.

A intensidade de seu olhar derreteu meu ressentimento temporariamente.

—Tenho tentado me convencer disso todos os dias. Que você é real! — sorri timidamente.
— Mas... como? — seu rosto fascinado, espantado e muito, muito confuso.
— Não sei, Joe. Eu realmente não sei. Te contei quase tudo o que sei.

Vi muitas dúvidas atravessarem seus olhos, o conflito sendo substituído pela incredulidade.
— Como é possível? — ele sussurrou. — Eu... Você é tão real! O que eu sinto... — sua mão desceu para meu pescoço, seu rosto se aproximou do meu num piscar de olhos.

Não recuei de seu súbito ataque. Permiti que Joe me beijasse. Fui incapaz de afastá-lo quando senti a fúria, o desespero, a paixão de seus lábios. Meu corpo reagiu imediatamente e, de repente, era eu que o agarrava. Claro que meu coração e minha respiração rapidamente se comportaram como o esperado: o primeiro parecia uma escola de samba no ensaio final e a segunda a, assustou com o batuque, e tentava fugir a qualquer custo, me deixando sem ar.
—Perdoe-me, Demi, — ele murmurou sob meus lábios. — Por favor, perdoe-me por ter sido tão estúpido!
—Tá!
— Eu fui um tolo! Como pude duvidar de sua história. Você é especial, eu sempre soube disso! — Joe colocou as duas mãos nas laterais de meu rosto, sua boca ainda grudada na minha. — Eu a amo tanto!

A convicção de suas palavras afugentou meu medo, meus receios de vez. Ele me amava! É claro que me amava. Como pude duvidar disso? Por que outra razão se daria ao trabalho de me procurar no meio daquela tempestade? Por que outra razão teria me trazido de volta para sua casa? Por que me olharia daquela maneira se não me amasse?

Ele deslizou suas mãos grandes para minha cintura e senti o calor delas sob a camisola. Joe era melhor que os antitérmico. Muito melhor! Esqueci da dor imediatamente. E por um momento, pensei que não seria capaz de parar de beijá-lo nunca mais. No entanto, fui obrigada. Assim que ouvimos passos se aproximando no corredor, Joe me afastou gentilmente com um meio sorriso triste nos lábios. Ele também
não queria interromper o que estávamos fazendo.

Elisa e Teodora entraram no quarto. Souberam da minha melhora e queriam mais noticias. Na verdade, o remédio ou os beijos de Joe. — começavam a fazer efeito. Meu corpo doía menos. A febre devia ter cedido.

— Estou bem! Não se Preocupem. Como foi o baile? — perguntei para as duas garotas, que trocaram um olhar conspiratório. — Foi bom assim? — perguntei baixinho.

Elas sorriram e eu ri da cara de Joe, que claramente tinha detestado cada minuto do baile.
— Podemos lhe contar tudo depois, agora você precisa descansar para se curar.
— Elisa disse. Ela era tão madura para idade! — Mas você está bem mesmo?
— Estou, já disse! Pare de se preocupar. Sempre me recuperei rapidamente das doenças, e foi só um resfriado à toa. Sua testa se enrugou.
— Não foi apenas um resfriado, Demi . O Dr. Almeida realmente ficou alarmado com seu estado. Disse que talvez não conseguisse... — ela não terminou.

Seus olhos ficaram tão tristes quanto os de seu irmão.

— Ai, Elisa! Que exagero! Acha que eu sou assim tão frágil? Vaso ruim nãoquebra fácil! — eu ri, tentando aliviar a tenção do quarto.
— Vaso ruim? — Teodora perguntou confusa. 
— É, Teodora. Já reparou? Se você tem um vaso raro, muito caro, uma relíquia,  ele se espatifa só de olhar, mas se for um daqueles de loja barata. Um vaso bem  vagabundo, não quebra nem mesmo depois de arremessá-lo contra a parede. Entendeu? 

Teodora assentiu, mas não acreditei realmente que tivesse compreendido. 

 — Fico feliz que esteja bem, senhorita Demetria . — e sorriu para mim. 

Achei bacana que seu antagonismo parecia diminuir cada vez mais. 

— Valeu, Teodora! — também sorri para ela. Conversamos mais um pouco até o  médico voltar com Madalena e a sopa. Tomei tudo sem reclamar. Madalena ficou  preocupada de verdade, de uma forma que me fazia lembrar de minha mãe. Fazia muito  tempo que ninguém cuidava de mim daquela forma. Assim que terminei a sopa, me  senti bem imediato. 

O médico tocou minha testa mais uma vez e suas sobrancelhas se arquearam. Sorri um sorriso de “não te disse?” para ele. Seus olhos voaram para a cartela de  remédio sobre a mesa, 

— Bem, parece que funciona. E rapidamente! Então... — ele parecia não saber o  que fazer já que a gosma preta não seria de nenhuma utilidade. — Tome muito líquido e  repouse até que a febre cesse de uma vez. 
— Beleza, doutor. — eu não iria discutir com ele que não era necessário ficar  deitada para o resfriado acabar. Na verdade, me sentia cansada mesmo tendo dormido  dois dias inteiros. Um pouco mais de cama não faria mal. — Acho que amanhã estarei  pronta pra outra. 
— Realmente espero vê-la melhor. Você me deu um susto, minha jovem. — um  sorriso sincero. — Virei visitá-la amanhã de manhã. 
—Tudo bem. 

O médico se despediu de todos, recebeu os agradecimentos fervorosos de Joe com um sorriso satisfeito no rosto, depois fez uma reverência e partiu. Fiquei mais  tranquila depois disso.  

As garotas saíram do quarto a contragosto. Praticamente foram enxotadas por  uma Madalena preocupada que também pudessem adoecer. Joe se recusou  veementemente a me deixar. Alegou que estava ali desde que eu adoecera, se tivesse  que ficar doente já teria ficado e que o risco não o preocupava. Ele deixou muito claro  que não sairia do meu lado por razão alguma. 

No entanto, não ficamos totalmente “sozinhos”. A cada minuto, um empregado  aparecia com um suco, ou um chá, ou apenas para saber se eu estava bem. Madalena  devia ter percebido nosso envolvimento.
Imaginei que Joe não tivesse se preocupado em  esconder nosso relacionamento enquanto eu ardia em febre. 

— Então... — Joe começou quando ficamos sozinhos outra vez. — Como é o  futuro? 

Não pude deixar de sorrir da curiosidade latente em seus olhos. 

 — É muito diferente disso aqui. Mais simples em alguns aspectos, mais  complicado em outros. Tem suas vantagens, mas também desvantagens. 
— Como o que? — perguntou divertido. 
— Como se locomover, por exemplo. Imagine uma carruagem sem cavalo,  movido por um tipo de máquina a óleo e que anda muito rápido. Com um desses,  chegaríamos à cidade em uns trinta minutos. 
— É mesmo? — sua testa vincada. 
— Dependendo do motor, pode ser até mais rápido! 

Expliquei mais detalhadamente sobre os carros, sobre o metrô, as motos, os  aviões. Ele sempre tinha uma pergunta sobre tudo, principalmente sobre o avião. Ficou  fascinado que realmente pudesse voar e acabou um pouco decepcionado quando eu não  soube responder como tanta ferragem podia realmente flutuar no céu.  Revelei a ele como era a vida das pessoas, sempre corrida com tantas obrigações  que mal sobrava tempo para diversão. E quando ele me perguntou como eram as pessoas no futuro e eu disse: “São assim como eu.”, ele gargalhou alto e  respondeu.“Então deve ser muito conturbado por lá. „ e eu corei porque, na verdade, ele  não errou muito.  Narrei a ele como eram as mulheres em meu tempo. Ele ficou horrorizado ao  saber que mulheres também usavam calças, que dividiam a conta no restaurante, que  muitas delas eram as provedoras financeiras de suas casas. Falei também sobre os  homens e suas roupas, o futebol da quarta-feira, a cerveja do fim de semana, como  flertavam com as mulheres. Dessa vez, foi ele quem corou.  Contei sobre os filmes, as peças de teatro, as música que eu gostava. Joe pareceu  gostar e tentei muito explicar a ele como eram os shows de rock, mas envolvia muita  coisa que ele não conhecia. Fiz o melhor que pude, contudo, acho que ele não entendeu direito. 

Falei sobre a comida e o quanto eu sentia falta do gelado: bebida, sorvete,  sobremesa e contei sobre o disk-pizza, sobre lojas de departamento, computador, meu emprego. Expliquei quase tudo que achei relevante, desde utensílios domésticos, como a cafeteira elétrica, até sobre coisas mais banais, como acender uma lâmpada. Joe parecia fascinado com tudo. E eu fiquei feliz por ele não me olhar mais como se eu fosse uma maluca.  Precisei interromper minha aula sobre o futuro, já que Madalena e alguns  empregados apareceram com vários baldes de água para o meu banho. Joe não queria  sair do quarto, estava preocupado que eu pudesse precisar de ajuda. 

— Mas eu ficarei aqui com ela, patrão. Vá jantar com sua irmã. Já é tarde! —  Madalena o persuadiu. 
— Pode ir, Joe. Eu to bem, — assegurei a ele, vendo a dúvida em seus olhos. 

Ele me deu um beijo na testa, sem se importar com a presença de Madalena e  saiu, claramente insatisfeito. Não deixei de notar o olhar de desconfiança que ela lançou  para ele.  Madalena ficou ali para me ajudar, mesmo quando insisti que não era necessário.  Ela evitou me olhar enquanto eu tirava a roupa e depois me ajudou a sair da banheira. Vesti a camisa manchada de Joe. Já começava a escurecer e eu logo acabaria  dormindo de toda forma. Ela não gostou muito, nada para dizer a verdade, minhas  pernas ficavam muito expostas — mas, como eu não tinha muitas outras opções, acabei  convencendo-a que ficaria debaixo dos lençóis, que ninguém veria nada e ela acabou  cedendo. 
Sentei-me na cadeira em frente ao espelho porque ela insistiu em pentear meus  cabelos. Entretanto, foi gostoso, como se eu tivesse seis anos outra vez. Isso me fez  lembrar de meus pais de novo. Fazia muito tempo que eu não tinha tantas pessoas em  minha vida. Como uma família outra vez. 

— Acho que o patrão não deve ficar aqui esta noite, senhorita. Agora que está  consciente, as pessoas podem pensar mal. — ela disse, ainda escovando meus cabelos. 
— Não me importo com isso, Madalena. 

Ela ficou em silêncio por um tempo. 

— O problema, senhorita Demetria , — ela começou cautelosa. — É que acho que  ele está muito... Interessado em sua pessoa. 

Eu ri. 
— Também acho, Madalena. — sua testa se enrugou. —Mas Joe é um cara  especial. Jamais faria qualquer coisa que eu não quisesse. 

Ela não ficou muito satisfeita com minha explicação. Talvez desconfiasse de  mim também. 

— Fique tranquila. Eu sei me cuidar! 

Relutante, Madalena acabou nos deixando sozinhos, mas pela expressão de seu  rosto antes de deixar o quarto, imaginei que receberia uma visita durante a madrugada,  só para saber se, de repente, eu não precisava de um chá!  Joe se sentou ao meu lado encostando as costas na cabeceira da cama, e eu, 
cansada, me arrastei até ele. Descansei minha cabeça em seu peito, sua mão brincava  gentilmente em minhas costas. Estava tão confortável daquele jeito, tão “em casa” que  não demorou muito para que eu ficasse sonolenta. 

— Acredito que a Senhora Madalena irá me passar um sermão se nos flagrar  abraçados desta forma. — pude ouvir zombaria em sua voz. 
— Posso apostar! 
— Talvez ela não venha pessoalmente .Talvez mande algum empregado para  nos vigiar. 

Levantei minha cabeça para observá-lo. Seu rosto estava brincalhão 

— Muito bem! Parece que finalmente aprendeu a tratar seus empregados com  mais dignidade. — eu disse, tentando não sorrir de sua careta. 

Depois voltou a ficar sério. 

—Você me fez enxergar muitas coisas, senhorita! — tocou uma mecha de meu  cabelo e a colocou atrás da orelha. 
—Por falar nisso, quero te fazer uma pergunta. 
— O que quiser. — ele respondeu de imediato. 
— Por que você pensou que eu fosse uma “senhorita” quando nos conhecemos?  Por que não pensou que eu pudesse ser uma “criada”? — isso me intrigava há vários  dias, mas sempre acabava me esquecendo de perguntar a ele. 

Joe riu, fazendo meu corpo sacudir um pouco. 

— Bem, soube que você era uma senhorita porque uma criada jamais seria tão  petulante e teimosa com um cavalheiro. — seus olhos brilhavam de diversão. 
— Eu não fui petulante. Nem teimosa! — retruquei ofendida. 
 — Ah, não. Nem um pouco! Como foi que disse? Ah! Precisa mesmo me apertar  tanto? — ele me imitou, seu sorrio exibiu os dentes brancos e perfeitos. 
— O que você queria que eu dissesse? Eu nem te conhecia e você já estava cheio  de dedos pra cima de mim! Apenas estava me defendendo. 
— Certamente! E depois levei uma eternidade para conseguir convencê-la a  aceitar minha ajuda. Uma criada não hesitaria. — ele tocou meu rosto com delicadeza,  deslizou os dedos de minha têmpora até meu queixo. — E, assim que vi seu rosto, eu  soube que não se tratava de uma criada, mas sim de uma princesa. 

Revirei os olhos e deitei a cabeça em seu peito outra vez. Joe sabia como me enrolar direitinho. Eu já não sentia mais raiva dele. Como poderia?  Ficamos deitados assim por um tempo, Joe  acariciando meus cabelos e a luz  fraca e tremulante das velas me compeliam a fechar os olhos. 

— Demi? — Joe  chamou quando eu estava quase apagando. Sua voz baixa no  quarto mal iluminado parecia uma cantiga de ninar. 
—Humm — respondi meio mole, sem abrir os olhos. 

Ele hesitou por um instante. 

— Ainda me odeia? — sussurrou. 

Sorri com os olhos ainda fechados. 

— Muito! — resmunguei, me apertando mais contra seu peito.

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Hey meninas,como ces tão? tudo bem com vocês? Espero que gostem do capitulo,comentem,curtam,kibem,deixem a opinião de vocês.
Um beijão,Nath

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