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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Perdida #35

Apenas assenti sem ter nenhuma outra resposta para ela.

— Então, eu queria lhe pedir que não o engane. — sua voz estava muito séria, sem aquele tom cínico que ela usava frequentemente quando falava comigo.
— Não vou! Jamais poderia enganá-lo. — apressei-me. — Eu queria muito que as coisas fossem diferentes. — como no sonho daquela noite, talvez. — Mas não posso controlar nada. Acredite! E ele sabe que partirei logo, de toda forma. Não estou enganando ninguém.

Ela assentiu também, os olhos em Elisa.

— Se não precisasse partir, você ficaria aqui? —ela indagou,
—Eu.. Eu...

Ficaria? Abriria mão de tudo para ficar presa ali? Não podia responder a isso. Eu tinha minha vida, meus amigos, meu emprego. Não podia largar tudo e simplesmente viver no passado, ainda que isso fosse possível.Mas pensar em ir embora e nunca mais ver Joe era doloroso demais, impossível. Perder
Joe seria insuportavelmente excruciante

— Eu não sei dizer. — respondi com sinceridade. Ela viu a tristeza em meus olhos, ouviu o pesar em minha voz. E me surpreendeu novamente tocando minha mão com a sua.
— Desculpe-me. Não queria aborrecê-la. Apenas queria me certificar de que meus amigos tão queridos não estavam sendo enganados. Você realmente os estima. — ela sorriu, suas sobrancelhas arquearam, a testa se enrugando. — Parece que me enganei!
— Eu realmente gosto deles, Teodora.
— Posso ver isso em seus olhos agora. Espero que tudo se resolva para o melhor. Ele seria feliz com você. Nunca o vi tão animado como agora. — ela sorriu. — Parece que você o enfeitiçou!

Eu ri nervosa.

— Acho que não dá pra dizer que virar a vida dele de pernas pro ar seja um feitiço! É mais um praga. E ele deve estar interessado pelo novo, daqui a pouco a novidade acaba e ele nem me notará mais. — engoli seco quando terminei. Seria assim?
— Duvido muito. Ele não é volúvel, — rebateu enfaticamente.

Elisa parou de tocar quando o mordomo apareceu na porta. Trazia uma carta em uma bandeja. Elisa a leu e depois sorriu.

— Esplêndido! Nossos vestidos estão prontos. Madame Georgette pede para irmos buscá-los ainda hoje. — levantou-se do banquinho, incapaz de conter sua excitação.
— Você ficará linda com seu vestido, Teodora. — ela exclamou contente.
— Eu espero que sim. Madame Georgette é uma artista! E eu preciso estar majestosa para o baile!
— E o seu também será deslumbrante, Demi. — Elisa estava tão empolgada que parecia quicar no chão de madeira. — Um vestido tão delicado que combinará perfeitamente com sua pessoa.

Eu? Delicada? Rá!

— Sabe que nem prestei muita atenção no modelo? Não tenho certeza se me lembro do desenho que você escolheu... — não tinha certeza nem se era um vestido de mangas ou alças, acabei me distraindo com as novidades que a costureira tinha para contar. Mas a cor eu sabia: era branco.
—Tanto melhor! Assim, não poderá reclamar depois que estiver pronto. — Elisa disse, me deixando apreensiva. — Não que você reclame, mas já notei que não gosta de vestidos muito grandes. — ela fez um gesto passando as mãos em torno dos quadris para demonstrar.
— Acertou na mosca. — ela fez aquela cara de “hein?” e eu me expliquei melhor. — Você tem razão. Não gosto de me sentir um balão. — e, para minha surpresa, dessa vez, Teodora também riu.

Ficamos na sala de música até que o almoço foi anunciado. Joe não estava à  mesa. Madalena e mais dois empregados apareceram com os braços repletos de  bandejas e travessas. 

— Oh! Senhorita Elisa! Mandei avisar seu irmão que o almoço seria servido,  mas ele disse que não sairá do quarto até que termine o que está fazendo. — sua voz  agoniada. — Ele nem tomou o café hoje! Estou preocupada que ele esteja doente! 

Elisa ficou alarmada. Assim como eu. 
Ele não estava bem? Estaria realmente doente? Tinha algum remédio naquele  lugar atrasado? Mas ele pareceu tão normal e bem disposto quando nos vimos pela  manhã! 

— Eu vou chamá-lo — eu disse, apressada. Os olhos das três mulheres me  observavam. — Talvez consiga convencê-lo a comer alguma coisa para não deixá-las  tão preocupadas. 
— Por favor, faça isso. — Elisa me disse. 

Fui para o corredor quase correndo, mas tive que voltar quando estava na  metade. 

— Err... Eu não sei onde é o quarto dele—. Falei desconcertada 
 —Três portas à esquerda do meu. — Elisa se levantou, — Se quiser, posso ir até  lá com você. 
— Não precisa! Sei chegar lá. Acho que talvez uma amiga possa argumentar de  forma mais persuasiva que própria irmã. — sorri amarelo. Minha desculpa soou  esfarrapada até pra mim. 

Sai apressada para o corredor que levava até a sala principal. Eu só conseguiria  encontrar o quarto de Elisa se partisse dali. Apressei o passo, enquanto pensamentos desagradáveis teimavam em entrar em minha cabeça. Ele estava doente? Mas parecia  tão normal de manhã. Corado e saudável e lindo e forte e cheiroso e... Talvez estivesse  mal e não tenha dito nada para não me preocupar. Joe não parecia ser um daqueles 
homens resmungões que precisam de morfina quando uma unha do pé encrava.  Encontrei o quarto de Elisa. Contei três portas à esquerda. Bati. Não ouvi som de  passos ou resposta. Bati novamente, ficando impaciente.  Senti um pouco de alívio quando ouvi passos e, depois a voz abafada de Joe. 
— Senhora Madalena, eu já lhe disse que não estou... — ele abriu a porta e me  viu. — Com fome. — terminou confuso 
— Oi. 

Analisei atentamente sua fisionomia Ele não parecia doente. Pelo contrário,  parecia esbanjar saúde com seu cabelo desarrumado, uma mancha de tinta rosa em sua  testa. Não vestia o casaco habitual apenas uma camisa branca os dois primeiros botões  desabotoados permitiam entrever os pelos negros de seu peito. As mangas enroladas até  a altura dos cotovelos e pequenas pintas coloridas decoravam todo o redor. Nunca o vi  mais lindo! 
— Está tudo bem com você? —consegui falar, depois de recuperar o fôlego. 
— Mas é claro que está. Por que não estaria? — sua testa se enrugou. 

Vestido daquele jeito, com camisa e calças escuras, ele parecia um rapaz comum não por sua aparência, Joe era lindo demais para ser considerado comum, mas comum  como um rapaz do século vinte e um. Qualquer homem ainda usava camisas e calças. 

— Madalena pensou que você estivesse doente. Ficamos preocupadas e eu vim  até aqui para ver se você estava bem. E, caso estivesse bem, te arrastar até a mesa e  obrigá-lo a comer. 

Ele bufou. 

— A Senhora Madalena sempre se preocupa desnecessariamente. Eu estou bem,  apenas quero terminar o que estou fazendo e depois vou comer. 
— Está pintando? ~ 
— Estou. — respondeu exasperado. — Minha governanta não sabe manter a  boca fechada. 
— Ela não fez por mal. Posso ver? 
— Não! — disse ele, um pouco alto demais. Assustei-me com sua reação  exagerada ao meu pedido simples. — Quero dizer, ainda não. Não está pronto. 
— Ah! — exclamei frustrada. — Então, vamos almoçar? 
— Eu pretendia terminar o que estou fazendo primeiro. 
— Oh! — murmurei infeliz. — Vou até a vila com sua irmã e Teodora para  pegar os vestidos esta tarde. 
— Estão prontos? Que ótima notícia. Assim, não terá nem uma desculpa para  não dançar comigo no baile. — ele sorriu mal maliciosamente e meu coração disparou. 
— Não quero desapontá-lo mas provavelmente não sei dançar o tipo de dança  que você conhece — recuei um comecei a voltar para a sala. — Te vejo depois então.  — dei de ombros. Não pude evitar ficar decepcionada. 
— Espere. — sua voz um pouco mais alta. — Me dê apenas um minuto. 
— Mudou de ideia? 
— Sim. — ele abriu a porta do quarto. — Apenas preciso me livrar de toda esta  tinta primeiro — me mostrou mãos coloridas e entrou fechando a porta outra vez. 

Esperei no corredor, observando alguns quadros, brincando com uma das flores  do imenso buquê no vaso sobre um aparador. Depois de um curto período, Joe saiu do  quarto mais alinhado, seu cabelo estava levemente úmido, uma camisa limpa embaixo  do casaco.
— Assim está melhor— disse ao se aproximar. 
—Não sei se eu concordo... gostei muito de vê-lo mais desalinhado. Muito  mesmo! 
— Perdoe-me, o que disse? — ele franziu a testa. A mancha rosa ainda estava  ali. 

Mordi o lábio para não rir. 

— Sua testa está rosa. Se Madalena te visse agora, iria pensar que é algum tipo 
novo de doença que faz as pessoas mudarem de cor. 
— Onde? — perguntou levando a mão a testa. ~ 204 ~
— Bem aqui. — toquei sua testa e friccionei levemente, mas a tinta não saiu. —  Acho que terá que lavar com sabão, a tinta está seca. 

Rápido como o bote de uma cobra, seus braços me envolveram e, de repente, eu  estava colada a ele. Tentei empurrá-lo para me livrar do abraço, mas Joe era mais forte  que eu. 

— Agora, senhorita, me diga exatamente quanto! — e sorriu. 

Tentei mover suas mão de minha cintura, mas não consegui mover nem mesmo  um de seus dedos. 

— Pare de brincadeiras, Joe. Alguém pode nos ver. — Pedi inquieta. 

Seu sorriso se alargou. 

— A soltarei assim que me disser o quanto. — seus olhos brilhavam como duas  estrelas negras, o sorriso de fazer meu coração parar de bater. 
— Quanto o que? — perguntei exaurida. Se Elisa viesse procurar por ele e nos  visse agarrados daquele jeito, depois de tudo o que contei a ela... 
— O quanto gosta de mim! — disse divertido. — Você me disse que gosta e que  eu nem imagino o quanto! 
— Jooe !Me solte e pare de brincadeira. — estava ficando com medo. Meu corpo  começava a perder o controle outra vez. E estávamos sozinhos no corredor cheio de  portas e com quartos cheios de camas. — Elisa pode aparecer... 

— Então, me conte! — pediu com a voz intensa e suplicante. A diversão em  seus olhos foi substituída por alguma emoção que não pude ler. — Por favor, me diga. 
— Não digo até que me solte! —proferi desesperada. Minha pele pinicava, meu  nariz cheio do aroma de sua pele (tão masculino) turvava meus pensamentos. 
—Demi. — ele sussurrou, se inclinando rapidamente para me beijar. 

Tentei detê-lo, mas seu súbito ataque me pegou de surpresa e não consegui  afastá-lo a tempo. Obviamente, quando sua boca encontrou a minha, meu corpo reagiu  imediatamente e minhas boas intenções caíram por terra. E lá estava eu, outra vez,  agarrada a ele de forma nada educada, sem me importar se o mundo fosse acabar ou se  alguém nos veria. Parecia que a cada vez que ele me beijava, uma nova parte de mim 
despertava. Eu era inteiramente nova, uma outra pessoa, uma pessoa mais feliz e  completa. 
Não sei bem como acabei presa entre ele e a parede, os botões do vestido cravados em minhas costas, mas fiquei extremamente satisfeita. Suas mãos deixaram  minha cintura e deslizaram por meu corpo, subindo e descendo por minhas costas, rodeando a lateral do meu quadril, descendo até minhas coxas. Instintivamente, levantei minhas pernas e as prendi em seu quadril. Ele me apertou ainda mais contra a parede fria. Tudo ao meu redor começou a girar enquanto seus lábios brincavam em meu 
pescoço.

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Hey meninas,como vão? demorei pra posta hoje ne? kkkk,Foi mal gatas.
E OLHA A PEGAÇÃO DE NOVO. CARA,ELES VÃO SE PEGAR PRA CARAMBA NOS PROXIMOS CAPITULOS. AGUAAAARDEM heheh
Beijão,Nath

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