Joe estava no centro do estábulo com Storm. Sua aparência era bem diferente da que eu estava habituada. Vestia apenas camisa e calças, como na noite anterior, mas agora a camisa estava suja de terra e grandes manchas de suor no peito largo faziam o tecido grudar em sua pele, seu cabelo despenteado e úmido pelo esforço, os joelhos da calça repletos de terra. Até seu rosto parecia estar sujo. Estava irresistível e lindo!
Fiquei observando a cena por um tempo, não queria perder nem um detalhe. Com as mãos espalmadas, como se dissesse ao cavalo à sua frente que estava desarmado, ele tentava se aproximar do animal. Contudo, Storm não se deixou enganar.
Recuou vários passos todas as vezes que Joe tentou se aproximar. Joe fez mais algumas tentativas e, por fim, conseguiu se aproximar o suficiente para montá-lo. No entanto, o sorriso triunfante em seu belo rosto durou apenas alguns segundos, já que Storm, num ataque de rebeldia, empinou para trás relinchando feito
louco, e Joe não conseguiu mais se segurar e acabou caindo.
— Jooe? — gritei, abrindo a cerca e corri (com o vestido erguido) até ele. — Você está bem?
Atirei-me de joelhos ao lado dele, minhas mãos percorrendo seu peito, seu ombro, seu pescoço. Tudo estava no lugar.
Ele tentou se levantar e gemeu baixinho
— Ai, minhas costas! — disse, se apoiando nos cotovelos. Encarou-me meio sorrindo, meio gemendo. — Bom dia, senhorita. Como está hoje?
— Eu? Como você está? Acha que quebrou alguma coisa? Quer que eu mande chamar o médico ou te leve em algum hospital ou um pronto-socorro ou seja lá o nome que tem aqui? Você quebrou alguma coisa? Bateu a cabeça? Quantas Demis você está vendo?
Ele riu, me acalmando um pouco.
— Acalme-se. Estou perfeitamente bem. — sua mão tocou a minha ainda, sobre seu peito. — Não é a primeira vez que ele me derruba, lembra-se?
Ele tentou se sentar, coloquei minhas mãos em seu ombro tentando dar apoio.
— Tem certeza que tá tudo bem mesmo? — o cavalo era tão alto! Talvez ainda não sentisse a dor porque o corpo ainda estava quente.
— Tenho. Agora, pare de se preocupar comigo. — ele sacudiu a camisa cheia de terra. Uma chuva de areia caiu dela.
— Acho que Madalena me passará outro sermão hoje. Ontem já falou pelos cotovelos por conta de uma ou duas manchas de tinta. — depois sorriu com cara de quem tinha aprontado e tinha sido pego. E que não se arrependia nem um pouco.
Não achei graça.
— Você poderia ter se matado, idiota. — o soltei, rapidamente me levantando.
— Pensei que tivesse desistido deste cavalo. Está tentando deixar Elisa sozinha? Sem pai, mãe e sem irmão também? — como se atrevia a fazer aquele tipo de idiotice?
Qualquer um podia ver que Storm não seria domado por ninguém. Era claro como cristal. Apenas aquele teimoso não via isso! Por que ele ainda insistia?
— É claro que não. Só estou tentando uma nova técnica. — ele ainda sorria.
Minha raiva aumentou.
— E qual é a nova técnica? Ser atirado a dois metros de altura por um animal selvagem? Parabéns! Funciona perfeitamente bem! — a ironia e a raiva se misturaram em minha voz.
Ele se levantou e sacudiu as calças, fazendo cair outra chuva de areia.
— Pensei que não fosse possível, mas vejo que me enganei. — ele disse, endireitando as costas.
Fiquei confusa.
— Que não fosse possível o que?
— Pensei que não fosse possível que, você pudesse ser mais adorável do que já é. Mas me enganei. — ele explicou, sorrindo carinhosamente. — Fica ainda mais adorável quando está preocupada comigo!
Eu bufei e lhe dei as costas, marchando de volta para casa. Obviamente, ele estava bem, já que era capaz de ficar me gozando!
Entretanto, na pressa de sair dali, e com a raiva turvando minha visão, acabei enroscando a barra do vestido na cerca de madeira ao sair, abrindo um buraco grande o suficiente para passar uma laranja.
— Droga de vestido estúpido! — resmunguei puxando a saia e aumentando ainda mais o rasgo.
Joe estava bem atrás de mim quando voltei a andar.
— Por que está tão furiosa? — falou mais sério.
— Por que ficou tão imbecil? — retruquei.
Ele alcançou meu cotovelo, me fazendo parar.
— Por que está tão irritada comigo? — a confusão estampada em seu rosto. — Não pode ser apenas por causa do cavalo!
E na verdade, não era apenas por isso. Eu teria que partir e teria que esquecê-lo. Teria que esquecer a coisa mais bacana e intensa que já senti, sem que nem mesmo tivesse começado direito. Respirei fundo várias vezes, tentando me acalmar. Ele esperou pacientemente, sem dizer nada.
— Eu preciso falar com você. Agora! Te esperei ontem à noite, mas você não chegava nunca... Onde esteve afinal?
— Precisei ir até a cidade. Faltavam alguns detalhes para o baile e eu precisava lhe comprar uma coisa...
— Me comprar o que? — perguntei cautelosa. Não gostei muito da cara dele quando disse isso. O jeito como falou e o seu sorriso me diziam que eu podia me meter em outra enrascada. Uma enrascada deliciosa, mas ainda assim uma enrascada!
— Ficará pronto dentro de alguns dias. Em breve, você saberá, prometo. Por que queria falar comigo ontem? — o tom carinhoso em sua voz derreteu minha raiva de uma vez.
Suspirei
—Você sabe o porquê.
— Ah! — ele assentiu. — Podemos conversar agora. Também tenho algo importante para lhe dizer.
Joe parecia ansioso para termos nossa conversa. Talvez pensasse que poderíamos encontrar uma forma de resolver tudo. Que tudo acabaria bem. Mas ele não conhecia a história toda, e nem toda a conversa do mundo consertaria minha vida naquele momento.
— Ótimo! Mas eu preferia que fosse num lugar mais reservado. — se eu ia contar que nasci duzentos anos à frente, seria melhor não ter toda aquela plateia.
— E onde gostaria de fazer isso?
—Tanto faz. Desde que ninguém nos ouça, não me importa onde seja. — dei de ombros. Minha coragem começava a fraquejar. Seria tão bom se eu pudesse simplesmente não pensar em nada, não contar nada e agir apenas como eu queria. Suspirei outra vez. Não adiantava mais adiar o inevitável. Ele tinha que saber
tudo antes que eu desaparecesse de sua vida para sempre sem deixar nem uma explicação.
Joe deu uma arrumada na gola da camisa e passou as mãos pelos cabelos suados.
— Se não se importar que eu não esteja vestido adequadamente para acompanhá-la...
— Não seja ridículo, Joe! Você está ótimo assim. Vamos logo, antes que eu perca a coragem. — e comecei a andar, esperando que ele me seguisse. E assim ele fez.
Porém, andamos uns três ou quatro passos apenas, antes que Madalena aparecesse correndo e gritando desesperada. Aparentemente, alguém deixou alguns animais escaparem e agora sua cozinha estava repleta de galinhas vivas empoleiradas para todo lado, porcos gigantes rolando os sacos de milho que estavam no chão e ela tinha que começar a preparar os assados para o dia seguinte.
Joe se virou e me lançou um olhar de súplica.
— Vá logo! Eu espero. — falei desanimada.
Tentei me aproximar da cozinha, mas foi impossível. Havia muita gente tentando agarrar os bichos. Achei melhor esperar do lado de fora. Levou mais tempo do que eu esperava para capturarem todos os animais. Ouvi muito cacarejo, grito e oinc-oinc.
— Porra! — exclamou Joe, e eu arregalei os olhos, completamente maravilhada.
Gostei de vê-lo despido de sua fachada educada e se comportar mais como o tipo de gente que eu estava acostumada. A palavra foi repetida mais algumas vezes por alguns empregados. Depois de quase meia hora, Joe saiu da cozinha, uma galinha em cada mão, algumas penas no cabelo.
Tentei muito não rir.
Bem que eu tentei!
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Hey meninas como vão,puts so 2 comentarios no capitulo de ontem,ta mal hein,vou cancelar a maratona depois do capitulo 40,tava fazendo pra animar,mais a coisa meio que desandou,a historia nao ta boa é isso? Deixem a opinião de voces,por favor,antes do anoitecer eu devo postar mais um capitulo,que se nao me engano é o hot. Bem,booom domingão.
Beijos,Nath
Oh kirida como assim cancelar a maratona ?não Senhora , essa história e maravilinda então nem pense apenas poste outro capitulo
ResponderExcluirnem pense nisso!! posta logo
ResponderExcluirestive fora não pude comentar no outro cap D:
ResponderExcluirposta mais
sera que o joe vai acreditar na demi? posta logo *-*
ResponderExcluirDemi preocupada com o Joe s2
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