— Você é lindo, cavalinho! — exclamei, não resistindo ao impulso de tocá-lo com ambas as mãos. Ele era muito maior e, ainda assim, eu podia sentir a rígida musculatura sob seu pelo. Toquei sua crina embaraçada, deslizei minha mão e acariciei seu dorso. — Muito prazer, Storm. Me chamo Demi. Vi seu quadro agora há pouco, você é um modelo incrível! Muito especial.
E, para meu espanto, quando minhas mãos voltaram para seu pescoço, ele inclinou a cabeça ligeiramente,
como um cachorrinho, como se gostasse do meu toque. Joe arfou, surpreso. Me virei para vê-lo.
Sua boca estava aberta, os olhos imensos.
— Tá tudo bem? — indaguei preocupada.
— Sim, está. Na verdade estou... Pasmo. Storm nunca deixou ninguém tocá-lo dessa maneira sem recuar ou relinchar ou... empinar. O que você fez? —e sua cabeça se inclinou ligeiramente para o lado.
— Eu? Não fiz nada. Ou fiz?
— Fez, sim. — ele sorriu abismado. — Você o conquistou!
Virei-me para Storm e vi seus grandes olhos me observando. Não havia mais fúria ali, a altivez e a zombaria continuavam, mas não a fúria. Continuei a acariciá-lo um pouco mais. Ele parecia estar gostando de verdade. O longo rabo balançando pra lá e pra cá.
— Não é estranho — eu comecei, — que Storm seja mais gentil comigo que Teodora? Claro que ele é muito mais esperto que ela, nota-se de longe! Mas ainda não entendi bem a razão de tanto cinismo.
— Teodora não gosta de muitas pessoas. É mais fácil enumerar as que ela admira, do que as que repudia.
Repudiar. Aí estava a palavra certa para o que eu sentia nos rosto dela toda vez que olhava em minha direção.
— Já notei isso. Mas ela parece gostar de Elisa. — me virei para encará-lo. — E parece gostar de você também. Muito, na verdade.
Ele sacudiu a cabeça, um pouco constrangido.
— A senhorita Teodora e Elisa cresceram juntas. A família dela sempre foi vizinha da nossa propriedade. Por isso passa tanto tempo conosco. Elisa e ela estudaram juntas, vão às compras juntas, fazem quase tudo juntas. À vezes me pergunto como Elisa a tolera por tanto tempo? Não que eu não a estime, mas as vezes ela é um pouco... demais! — ele riu.
Joe levantou a mão, se aproximou de Storm um pouco mais e, num único movimento, retirou a corda de seu pescoço, o libertando. O cavalo rapidamente saiu trotando.
— Vamos deixá-lo correr um pouco. É uma das coisas que ele parece gostar de fazer. Só é difícil fazê-lo parar depois.
Eu o segui para fora do estábulo e apoiei meus cotovelos na cerca, assim como ele.
— Teodora me disse uma coisa... — eu comecei e depois parei.
Não queria ser indelicada nem parecer abelhuda. Afinal, o conhecia há apenas um dia, não tinha direito de exigir maiores explicações. Mas a verdade é que eu queria saber mais sobre ele.
Joe tirou os olhos da corrida em círculo que Storm fazia e se voltou para mim.
— E o que a senhorita Teodora disse que a deixou... Que a deixou curiosa? — ele não pareceu satisfeito com a palavra, que escolheu.
— Eu não quero ser indelicada nem nada disso, mas... — era melhor perguntar de uma vez. Tipo arrancar um band-aid. — Teodora disse que você está procurando uma esposa. — lancei um olhar furtivo em sua direção e, depois de notar o espanto estampado em seu rosto, voltei encarar Storm, que agora fazia meios círculos, mudando de direção a toda hora como um ziguezague. — Fiquei pensando o porquê disso. Por
que não dá pra se obrigar a gostar de alguém, não é?
Não ousei olhar para ele. Tentei ao máximo ouvir cada barulho que ele fazia. Ouvi um suave pigarrear e barulho de tecido se movendo.
Não ousei olhar para ele. Tentei ao máximo ouvir cada barulho que ele fazia. Ouvi um suave pigarrear e barulho de tecido se movendo.
— Eu preciso me casar logo, minha irmã precisa de uma influência... — ele disse a palavra influência com amargura. — feminina. Eu preciso encontrar alguém que seja adequada. — disse, por fim.
— Engraçado. — falei, ainda observando Storm. — Pensei que se procurasse amor num casamento.
— O amor pode vir depois. O respeito, a admiração comum tanto quanto o amor,
neste caso. — e se calou.
Não consegui mais me segurar. Tive que me virar para ele.
— Você se preocupa com a castidade e não dá a mínima para o amor? Sabia que
casamento é uma coisa muito séria e que deve ser tratado com respeito? Um casamento já é difícil se os dois estiverem apaixonados, sem amor então, já começará fadado ao
fracasso. Você devia ser mais responsável! — senti a raiva crescendo dentro de mim e fiquei ainda mais furiosa por estar sentido aquilo.
— Estou sendo responsável, senhorita Demetria. Estou tendo o cuidado de escolher uma jovem decente e de boa família. — seu rosto sério, sem aquele brilho nos olhos. — Alguém que possa ocupar uma parte do lugar deixado por nossa mãe tantos anos atrás. Estou pensando no bem estar de Elisa.
— Escolher? Você fala como se estivesse comprando uma esposa! — retruquei secamente. — Está a tratando como um bem a ser adquirido. Uma mercadoria. Isso é repulsivo!
— E acha que eu não sei disso? — sua voz diminuiu, praticamente um sussurro. Havia um tipo de amargura em seus olhos. — Mas prometi ao meu pai que cuidaria de Elisa. E vou cumprir esta promessa. Mesmo que, ao cumpri-la, esteja condenando minha própria felicidade.
Sua voz baixa e um pouco rouca e o tom melancólico me desarmaram.
— Me desculpe, Joe. Eu não queria chateá-lo com assuntos desagradáveis. Só pense bem no que está fazendo. — continuei, louca para que a tristeza abandonasse seu rosto, e não entendendo o motivo de me sentir tão triste por vê-lo triste. — Você ainda é muito jovem. Não precisa se casar agora. Espere um pouco mais. Talvez acabe encontrando amor e... Adequação numa só pessoa. Dá um tempo. Pense melhor.— meu pé batia repetidamente numa tábua da cerca.
— Eu gostaria que pudesse ser assim. Que pudesse ir ao meu ritmo. Mas Elisa vai completar dezesseis anos em breve e precisará de uma mulher para ensiná-la certas coisas.
— Mas, se o problema é esse, então está resolvido. Eu posso ensiná-la! Posso explicar tudo que eu sei sobre como se fazem os bebês e como não cair na conversa de espertinhos e...
— Senhorita Demetria! — ele me interrompeu, o tom reprovador me fez recuar. — Por favor, pare! Não é a isso que me refiro. Refiro-me a como ser uma boa esposa cuidar da casa, dos criados, essas coisas. Nenhum assunto sobre bebês ou coisa do gênero.
Minha testa se enrugou.
— Você acha que ela precisa saber sobre como comandar os empregados e que não precisa saber o que seu marido espera que ela faça no quarto? — que lugar era esse, afinal? — Sabe,Joe, você é muito estranho!
— Sem querer ofendê-la, senhorita, o mesmo se aplica a você! — mas seus olhos me fitavam com certa doçura
Touché!
— Bem, se mudar de ideia...
— Não mudarei. Mas obrigado por sua preocupação com minha... situação. — ele voltou a encarar Storm.
Ficamos ali, os dois olhando para Storm. Eu podia jurar que seus pensamentos estavam tão longe daquele cavalo quanto os meus.
— Com fome? — perguntou depois de um tempo.
— Aprende uma coisa, Joe. Eu sempre estou com fome! — sorri, tentando aliviar o clima.
Deu certo. Ele sorriu de verdade.
— Vamos ver o que a Senhora Madalena nos preparou então.
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Hey gente,como vão? desculpas a demora do capitulo kkkk,espero que curtam hein,deixem a opinião de voces ta bom? Espero que tenham curtido.
E VAMOS DESEJAR PARABENS A NOSSA LINDA CAROLINE,QUE FAZ NIVER HOJE.
Parabéns minha linda,tudo de bom pra ti,muitos e muitos aninhos de vida.
<3
a Demi podia seduzir ele kkk
ResponderExcluirposta mais.
Perfeito ,quando e que vai rolar algo entre esses foi ?! Obrigada pelos votos de aniversario flor
ResponderExcluirMais que capítulo mais lindo ❤️❤️
ResponderExcluirAdorei tudo...Demi só disse verdades u.u kkkk...ansiosa aqui para saber mais.posta logoooo beijos ❤️